A trajetória de Elton John é um espetáculo à parte e, como não poderia ser mais justo, chega representada nos cinemas e livrarias ainda este ano. No mês de novembro, por exemplo, acontece o lançamento do livro de memórias “Me”, sem previsão para chegar ao Brasil. Antes disso, entretanto, o astro do rock entrega a seus fãs no próximo dia 30 de maio, a daqui duas semanas, “Rocketman“, sua cinebiografia.
Com Taron Egerton no papel principal, o filme narra os eventos que transformaram um acanhado pianista prodígio, ainda na década de 1960, em um dos maiores músicos que o mundo já viu. Performático, poético, vocal e musicalmente impecável…
O material, que de longe já pode ser considerado uma das estreias de Hollywood mais aguardadas, surfa na onda das adaptações biográficas. O formato, se você reparar bem, tem alcançado nos últimos anos poderosas cifras em bilheteria, mexido com a nostalgia cravada no coração dos espectadores e resgatado acontecimentos importantes para a música – e por que não a história – que aconteceram quando você talvez nem fosse nascido.
Mas pera aí: já parou para pensar quais dessas produções são mais legais e que você ainda não assistiu? Já se perguntou quais delas não podem ficar de fora em uma lista de esquenta? Nós resolvemos te ajudar nessa missão e pontuamos dez longas neste formato para que você assista até a chegada de “Rocketman”. Vem com a gente!
Bohemian Rhapsody
Vencedor de quatro prêmios Oscar em 2019, “Bohemian Rhapsody” não foi somente um sucesso aos olhos da crítica, mas também em popularidade. Não tinha jeito mesmo: recordista em bilheteria, o longa narra os anos de glória do Queen, banda icônica liderada por ninguém menos que Freddie Mercury.
Com Rami Malek no papel principal, o longa vai desde sua ascensão até a mais lendária de todas as suas gigs, o show no Live Aid em 1985, mostrando-se frenético ao compartilhar eventos que envolviam as origens do vocalista, a descoberta de sua sexualidade e sua relação com os demais membros da banda. O mais legal disso tudo é a forma com que as vidas dos integrantes sempre é perpassada por sua genialidade criativa.
Aqui vai uma curiosidade: o diretor de “Bohemian Rhapsody”, Dexter Fletcher, é também o responsável por “Rocketman”. Alguém tem dúvida de que estamos diante de um novo clássico?
Tina
Só de falar em Tina Turner a gente já sente um arrepio. É que pra uma voz como essa é impossível abdicar da função de tocar a alma de quem a escuta. Lançada em 1993, a cinebiografia da artista vai a fundo em sua trajetória, desde quando ela uma mera desconhecida no interior do Estado do Tennessee até se tornar uma super estrela do pop.
Com a maravilhosa Angela Bassett no papel principal, o filme apresenta além dos múltiplos êxitos de Tina episódios que marcariam sua vida para sempre, como seu casamento conturbado com seu mentor Ike Turner e a batalha contra seu comportamento agressivo provocado pelo uso de drogas.
Selena
Amor prohibido murmuran por las calles/porque somos de distintas sociedades. Ay, quem nunca ouviu esses versos de Selena Quintanilla e se sentiu inspirado a viver uma daquelas paixões avassaladoras? A cantora norte-americana, morta em 1994 vítima de um homicídio, também teve sua vida contada nas telonas três anos depois.
Nascida em uma família de origem mexicana no Texas, ainda criança Selena foi notada pelo pai, que enxergou na filha um talento nato. Após uma série de apresentações juntos, a garota se transforma em um verdadeiro fenômeno e abraça de vez o sucesso. Apaixonada, ela se casa com o guitarrista Chris Perez e busca um novo patamar de estrelato: gravar um disco em inglês, um sonho que nunca se realiza.
Na pele de Quintanilla, adivinhe só? Jennifer Lopez! Deslumbrante na maior expressão de seu sangue latino.
Ray
Lançado em 2005, “Ray” nos leva a um questionamento: quem é soberano? O homem ou o mito? Estas são perguntas delicadas quando se trata de Ray Charles, pioneiro do soul e do blues. De origem humilde e vítima de uma deficiência visual, o músico ganhou fama e estrelato após ser reconhecido por seu talento ímpar, fruto de uma audácia que só se manifesta em quem realmente é capaz de ostentar paixão pela arte.
Nessa história que envolve superação, fama e amor, entra também um questionamento a respeito do poder das lembranças, que traz à tona os limites entre o público e o privado, assim como as consequências do uso de drogas e de paixões precipitadas.
Straight Outta Compton
Em 1988, o grupo de gangsta rap N.W.A. fez um verdadeiro estardalhaço no jeito de se fazer música. Naquele ano, ele lançaria seu primeiro álbum de estúdio, “Straight Outta Compton”, disco composto a partir de experiências pessoais do quinteto que direta ou indiretamente iam contra o que era pregado pelo sistema.
Baseado em fatos reais, esse é um daqueles lançamentos perfeitos para se questionar valores de honestidade, rebeldia, pluralidade e, claro, entender o contexto e a necessidade de que aquela geração tivesse voz dali em diante.
The Runaways
Podemos falar? Este aqui é um dos nossos favoritos. O sul da Califórnia foi o responsável por entregar ao mundo duas garotas rebeldes, Joan Jett e Cherie Currie. Juntas, elas fundaram o The Runaways, uma banda lendária que pavimentou o caminho para outras mulheres do rock.
O longa, que conta com a presença de Kristen Stewart e Dakota Fanning, é uma ótima oportunidade para conhecer a fundo tanto a trajetória do grupo, comandando pelo empresário Kim Fowley, quanto para entender os detalhes da relação delicada mantida pelas integrantes – situação que pouco a pouco se torna explosiva e acaba ameaçando seu futuro.
Lady Sings the Blues
Alguém falou em jazz? O nome de Billie Holiday não pode ficar de fora. Em 1972 a vida da artista foi roteirizada a partir de uma produção em parceria entre a Motown Productions – emblemática gravadora responsável por alavancar as carreiras de nomes da música negra – e a Paramount Pictures que originou “Lady Sings The Blues”.
Com Diana Ross no posto de protagonista, o longa traz de volta a Nova York da década de 1930, quando Holiday é presa sob a acusação de porte de drogas. Após ser deixada mofando na cela, ela relembra os principais momentos de sua vida, sejam eles relacionados aos seus dias de penúria como camareira em um hotel, seus ardentes relacionamentos, sua carreira meteórica e, para fechar de forma triunfal, sua emblemática apresentação no Carnegie Hall.
Como resultado? Um vitória no Golden Globes na categoria Estrela Feminina Revelação do Ano, cinco indicações ao Oscar e uma ao BAFTA.
La Vie En Rose
Quem gosta de música francesa sabe: é impossível deixar de citar o nome de Édith Piaf quando se fala sobre o gênero. A cantora, que segue sendo um verdadeiro ícone da chanson française, teve sua vida adaptada em 2007 por Olivier Dahan nos cinemas a partir de “La Môme”. O longa, que teve à frente a respeitada atriz Marion Cotillard, recebeu elogios por onde foi exibido e entrou para os anais da história ao levar para casa duas estatuetas do Oscar: Melhor Atriz Principal e Melhor Maquiagem.
Em 2h20 de duração, o filme vai até o subúrbio de Paris no início do século passado para contar a saga da jovem Édith Giovanna Gassion, que sonha em se tornar uma cantora de sucesso. Após anos vagando na estrada em busca desse sonho, ela acaba sendo descoberta para um agenciador de talentos que a apelida de La môme piaf, que em tradução literal para o português significa “o pequeno passarinho”.
Entre casas de show que iam desde restaurantes a cabarés de alto nível, Piaf chega ao Olympia, um dos palcos mais importantes de Paris. A partir daí ela se torna conhecida mundialmente – especialmente em um período em que o mundo precisava de música para suportar adevastação da guerra.
Elis
Vamos falar também de produção brasileira? Em 2016 chegou aos cinemas “Elis”, filme que como o próprio nome indica, tem como personagem central aquela que talvez tenha sido a maior intérprete da música brasileira, Elis Regina.
Com Andrea Horta no papel principal, o drama adaptado e dirigido por Hugo Prata narra a vida da artista desde seus inícios, quando aos 18 anos ela decide sair de Porto Alegre em busca de se realizar profissionalmente. Tudo de mais emblemático na vida de Elis está lá: suas paixões, sua intensidade ímpar, a carreira internacional, a luta contra a ditadura militar e o peso da fama.
Não podemos esquecer também que no início deste ano o material foi reformulado em uma versão estendida para a TV, transformando a produção em uma minissérie com com 4 capítulos. O destaque aqui fica por conta da inserção de novas cenas, desta vez com Mel Lisboa na pele de Rita Lee, uma das melhores amigas da “pimentinha” <3
O Tempo Não Para
Às vezes rola a sensação de que Cazuza nunca se foi, tamanha a atualidade e pertinência de suas canções. O jovem Agenor de Miranda Araújo Neto, filho do casal Lucinha e João Araújo, ganhou vida novamente nas telas em 2004 pelas lentes de Sandra Werneck e Walter Carvalho em “O Tempo Não Para”.
Mega talentoso, Cazuza viveu a vida em extremos, aproveitando ao máximo tudo o que suas emoções de ariano poderiam lhe proporcionar, seja na hora de fazer música, na hora de se posicionar ou ainda na hora de amar. A fim de contar um pouco mais sobre a vida desse gênio da composição, que fez sua estreia à frente do Barão Vermelho nos anos 1980, a narrativa compreende desde seus primeiros passos até o fim trágico de sua vida, quando viu-se vítima da epidemia de AIDS, no início dos anos 1990.
Um elencão fez parte dessa história: além de Daniel de Oliveira e Marieta Severo, protagonistas, também participaram Leandra Leal, Andréa Beltrão e Maria Flor.
Não esqueça de contar pra gente qual deles foi o seu favorito! Fica o lembrete: “Rocketman”, cinebiografia do rei Elton John, chega ao cinema mais próximo de você no próximo dia 30 de maio, quinta-feira!