Uma coisa é incontestável quando se fala sobre Adriana Calcanhotto: a musa brasileira está gigante nesta nova era! Nesta sexta-feira (10), por exemplo, foi liberado mais um capítulo de “Margem”, seu próximo disco que segue envolto em um véu de mistério.
Para a ocasião, a artista escolheu como música de trabalho “Lá Lá Lá”, uma canção que transborda sentimentos inexplicáveis. Cheia de referências a atos simples, mas demasiadamente significativos, Adriana brinca com as percepções da natureza, o rabiscar, o desenhar e a composição de ambientes.
Isso é posto ainda mais em evidência quando no vídeo a cantora toma em suas mãos um pincel e um balde de tinta, tingindo gradativamente as paredes brancas de um apartamento. Não satisfeita, ela pinta a si mesma, inundando todo o espaço em tons de azul.
Na mesma pegada do single “Margem”, lançamento em que raspa o cabelo em um ato de afirmação no clipe, há aqui uma prova cabal dessa entrega absoluta à arte. Sobre a letra, Adriana revela que a inspiração surgiu a partir da leitura de “Da Natureza de Coisas, obra de Lucrécio.
“Andava especialmente impactada com o que é que faz com que a onda levante e depois quebre. O que seria o motor da onda? O que dá a ela a vontade para levantar e quebrar? Para quê levantar se sabe que vai quebrar? Ou será que não sabe, afinal? Coisas que me parecem que a linguagem não consegue abarcar. E quando em música popular a linguagem não pode com certas questões, usa-se lá lá lá. Esse lá da canção, ‘que não é lugar’, deságua no lá lá lá em tom festivo e de celebração, com a música dizendo então o que a letra só pode supor”.
É o conceito, gente. Assista!
“Margem”, disco que encerra a trilogia do mar, iniciada em 1998 com o lançamento de “Marítmo” e “Maré em 2018, chega às plataformas e prateleiras do mundo nas primeiras semanas de junho.