Enquanto rolava no palco Budweiser um showzão de Kendrick Lamar, atração que encerrou as atividades do Festival Lollapalooza neste domingo (7), Olly Alexander, Mikey Goldsworthy e Emre Turkmen, integrantes do Years & Years, mandaram ver em uma apresentação de pouco mais de uma hora de duração com muitas luzes, projeções e dança.
Que foda foi tudo isso! Vestindo a uma regata de tule e uma blusa estampada com a bandeira do Brasil, o líder da banda entregou ao público uma sucessão alucinada de canções. Só pra se ter uma ideia, para abrir o set o Years & Years apostou em “Sanctify” e “Shine”, faixas quentes, magnéticas…
Dono de uma ampla presença de palco que o fez ocupar todo o espaço disponível, às vezes tão seguro que até rodopiando ao ir de um extremo a outro nesta primeira parte da apresentação, Olly se aproveitou também da escada, que não serviu só para que ele se sentasse enquanto conversava.
De lá, projeções elaboradas refletiam uma metrópole enquanto “Karma” foi cantada a uma só voz. Subindo e descendo os degraus, o cantor promovia uma leve ilusão enquanto toda a estrutura da banda se movia ao mesmo tempo da direita para a esquerda, sustentando todos os demais integrantes da banda.
O show seguiu em sua máxima intensidade – tanto que durante a explosão do refrão de “Gold”, uma das caixas de som acabou estourando. Poderosos, sim! hahahaha Nessa mesma vibe dançante chegou “Desire”, pra mostrar como se conquista uma multidão ao som do eletropop britânico.
Em um dos poucos momentos em que ficou parado, juntinho ao tripé do microfone Olly entoou “Palo Santo”, naquele que seria um dos momentos mais grandiosos da noite. Com direito a choro de algumas pessoas na plateia, essa aura de encantamento pairou até o fim de “Ties”.
De volta aos momentos coreografados, o artista desceu para o palco principal onde arrasou ao som de “Hallelujah”, momento em que decidiu pedir para que Mikey, seu colega de banda, introduzisse a próxima canção, “Rendezvous”. Imagina só, a brisa da chuva batendo… um daqueles momentos perfeitos pra se jogar e seguir embalado por “If You’re Over Me”.
Pra arrebatar o público, que embora fosse menor do que o recebido por outros shows da noite seguia animadíssimo, rolaram versões de “Play” e “All For You” – instante em que o vocalista tomou para si da plateia uma das varias bandeiras LGBTI+ empunhadas. No fim de tudo, enquanto tocava “King”, derradeira canção do show (que diga-se de passagem nós cantávamos junto), restou a certeza de que o Years & Years é uma das bandas mais legais, performáticas e completas da nossa geração.
O sentimento definitivo foi o de uma gratidão infinita, afinal cada segundo foi somando para que entendêssemos que aquele final tinha sido mesmo feliz.