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Spike Lee dá as costas ao palco quando “Green Book” ganha Melhor Filme no Oscar 2019
O Oscar 2019 aconteceu neste domingo (24), e foi uma noite cheia de surpresas.
“Green Book: O Guia”, por exemplo, levou como Melhor Filme na categoria que concorria com “Bohemian Rhapsody”, “Nasce Uma Estrela”, “Roma”, “Pantera Negra, “A Favorita”, “Infiltrado na Klan” e “Vice”.
Spike Lee, contudo, não ficou muito feliz com o resultado. “Infiltrado na Klan”, seu filme, garantiu seu primeiro (!) Oscar da carreira como Melhor Roteiro Adaptado. Mas, infelizmente, não levou na de Melhor Filme.
“Green Book” ao ser anunciado o vencedor na categoria principal da noite, Spike Lee ficou visivelmente chateado, deu as costas para o palco e saiu do recinto em forma de indignação. De acordo com o Kansas City Star, Jordan Peele também se recusou a bater palmas no momento.
Spike Lee (The one in purple) left the room when Green Book was announced as the winner. My man. #Oscars pic.twitter.com/CGVjPlbpDL
— Deniz S. (@MrFilmkritik) February 25, 2019
“Spike Lee deixou o local quando Green Book foi anunciado como o vencedor.”
Segundo o THR, quando a premiação acabou Lee falou aos repórteres sobre o ocorrido:
“Eu senti como se estivesse do lado da quadra no Garden [histórico ginásio do time de basquete do coração do diretor, o New York Knicks] e o juiz tivesse acabado de tomar uma decisão ruim”
O cineasta relembrou a época de “Faça a Coisa Certa“, longa que nem chegou a ser indicado na categoria de Melhor Filme e viu “Conduzindo Miss Daisy” vencer a premiação.
“Esse é meu sexto copo [de champagne] e vocês sabem o motivo. Toda vez que alguém está dirigindo outra pessoa eu perco. Mas em 89 eu nem cheguei a ser indicado”
Green Book conta a história real do pianista Dr. Don Shirley (Mahershala Ali) e seu motorista branco Tony “Lip” Vallelonga (Viggo Mortensen) enquanto viajam em uma turnê pelo sul dos EUA.
O filme gerou polêmica, uma vez que os parentes de Dr. Shirley criticaram como o retrataram, afirmando que sua “desconexão com a comunidade negra” mostrada no longa é falsa. Também foi criticado por ter a “white saviour narrative“, ou seja, uma narrativa onde o cara branco é salvador do negro.
Além de só ter produtores brancos, uma das críticas ao filme é de que Nick Vallelonga, roteirista e produtor do longa, se envolveu em polêmicas de xenofobia e racismo ao apoiar Donald Trump em 2015.