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Viola Davis fala sobre seu cabelo, estereótipos e a diferença salarial

Actress Viola Davis photographed at her home in Los Angeles, CA July 2018 by Williams + Hirakawa

É rainha messssmo! A atriz, capa da Variety deste mês, Viola Davis comentou sobre os persistentes problemas em Hollywood; seu novo filme As Viúvas onde usa seu cabelo natural e muitos mais!

No longa, ela interpreta Veronica Rawlins, viúva de um criminoso e que acaba virando líder de um grupo de ladras. E sabe outra coisa bacana? A atriz pôde usar seu cabelo natural no longa! Para Davis, a decisão de aparecer nas telonas em cabelos cacheados e curtos foi libertadora e representou um importante ato político.

“Você sempre é ensinado como uma pessoa de cor a não gostar do seu cabelo. O mais estranho é que quanto mais crespo, mas considerado feio é. Estamos em uma época onde as pessoas estão lutando por seu espaço para ser visto. As pessoas precisam saber que existem diferentes tipos de mulheres de cor. Nós não somos todos um padrão só. Nós não somos todas de pele clara ou marrom com um grande Afro. Nós temos a garota na porta ao lado. Nós temos a mulher mais velha, de pele escura e cabelos naturais.”

No caso de As Viúvas, o filme foi adaptado para ter Davis no elenco. Sua personagem, uma mulher de meia idade lidando com a morte do marido e do filho, foi originalmente escrito para uma atriz branca (!!). “Esse tipo de papel geralmente não está disponível para uma mulher não-branca”, comenta Davis.

O longa conta um elenco feminino fortíssimo com Michelle Rodriguez, Cynthia Erivo e Elizabeth Debicki, que interpretam as outras membras de uma gangue de viúvas que precisam fazer um roubo para pagar as dívidas de seus maridos a um traficante de drogas.

“As pessoas tentam ser gentis demais com as [personagens] mulheres. Eles as mantêm bonitas. Eles as mantêm simpáticas. Eles atendem a fantasias masculinas. Eles atendem ao olhar masculino. Este filme não fez isso.”

A atriz também comenta sua jornada, onde passou diversas dificuldades financeiras e problemas familiares. Seu pai, por exemplo, era alcoólatra e às vezes violento com a família.

“As pessoas pobres vivem uma vida, dia a dia, momento a momento, onde você está constantemente em modo de sobrevivência. O que vou comer hoje? Eu vou ser expulso da minha casa? […] Nós gostamos de estar em torno de vencedores neste país.Gostamos de estar perto de pessoas bonitas e ricas que possuem recursos. É para quem nós atendemos. Todo o resto é um fardo. Você nos custa muito dinheiro. Você é visto como preguiçoso. […] Se eu não falasse sobre a minha jornada, estaria negando a eu de 6 anos que estava com fome, que molhou a cama, mas que também era forte. Ela também sonhou grande. Ela também foi muito divertida. Uma grande parte de quem eu sou ainda está tentando agradá-la.”

Continua:

“As pessoas em posições de poder sempre dizem que você é menor ou é indigno. Eu sou cristã. Eu rejeito isso. Nós nascemos dignos. Você precisa tirar [indignidade] da mesa.”

A atriz também comenta como se fala sobre disparidade salarial em Hollywood, mas as mulheres negras e não-brancas recebem ainda menos que suas colegas brancas!

“Não há porcentagens para mostrar a diferença. É vasto. Mulheres hispânicas, mulheres asiáticas, mulheres negras, nós não somos pagas o que as mulheres caucasianas são pagas. Nós simplesmente não. … Nós temos o talento. É a oportunidade que nos falta.”

E, não podia deixar nossa querida How To Get Away With Murder de fora, né? A atriz falou brevemente sobre sua personagem, Annalise Keating:

“Ela não é realista, mas eu não me importo com isso. O que me importa é que todos os dias escrevem algo para ela. Eles vão escrever uma cena de amor. Eles vão dizer que ela é pansexual. Ela é alcoólatra… É um belo experimento em explorar o amplo espaço da humanidade que experimentamos como afro-americanos, que foge do padrão ‘a outra mãe da periferia que está de luto pela perda de seu filho’.”

O mais recente filme da atriz, As Viúvas, estreia no dia 29 de novembro de 2018!

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