Eu sei que isso pode soar como fic, mas acredite: alguém envolvido em um filme não botou a culpa em quem não entendeu ou em críticos pelo fracasso da produção nas bilheterias. E mais do que isso: ele falou coisas interessantes sobre todo o processo de trabalho de um ator!
Esse cara se chama Charlie Hunnam e, em entrevista ao Boston Herald, ele comentou o flop que foi o realmente sofrível Rei Arthur: A Lenda da Espada, dirigido por Guy Ritchie.
Eu certamente precisei lidar com mais falhas do que sucessos na minha carreira. Você meio que cria uma casca. Eu me sinto incrivelmente sortudo por poder fazer o que eu amo, que é cinema. Mas eu sou um cara preocupado com o processo — quando um filme tá estreando, eu me sinto bem pouco identificado ou tenho pouco a dizer. Pra mim o processo é sagrado e bonito e é onde eu gasto toda minha energia, explorando a ideia e tentando encontrar alguma verdade e me curtindo o processo de fazer filmes. Com a edição e toda divulgação, muitas vezes surge uma distância enorme.
O ator ainda reconheceu o tamanho dos esforços de divulgação, que acabaram criando até nele uma expectativa de que as coisas seriam melhores.
Quando algo sai e todo mundo odeia e não dá certo, é ruim, mas não me afeta muito. A única coisa com a qual me envolvi nessa situação foi ter de fazer tanta divulgação que eu fiquei viajando por seis semanas. Eu meio que entrei de cabeça na experiência de tentar vender aquele filme. Aquilo com certeza cria uma certa expectativa. Mas é engraçado. É algo difícil de explicar, mas eu não sinto uma conexão muito profunda com o resultado de um filme. Eu não assisto meus filmes quando eles tão prontos, na verdade. Eu só me foco 99% no processo de fazer o filme.
Que coisa, né? Parece que ele precisou reconhecer que o filme não era lá essas coisas, porque quando veio ao Brasil no meio daquelas seis semanas de viagem, desceu a lenha nos críticos de cinema.
Como diria o CPM22, o mundo dá voltas!