Eu vi! Saí do cinema hoje de manhã. Estava curioso para ver Cher e Meryl Streep participando juntas no “Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo”. Não vai ter spoilers aqui, eu juro. Dá o dedinho aqui porque eu tô prometendo.
Vamos começar com o mais importante: a participação de uma lenda, deusa do showbiz, da música e do cinema. Quando Cher aparece, é como se um clarão tomasse conta do filme. Não só pelo cabelão muito branco que ela usa em “Mamma Mia”, mas porque a presença dela brilha mesmo. Traz corpo pro filme.
Cher é uma baita de uma atriz (quem diz isso também é o Oscar que ela tem por “Feitiço da Lua”). Mesmo com uma participação muito pequena, parece ocupar metade do filme. Mesmo com pouquíssimas falas, dá para notar uma personagem completa e redondinha. Cher faz milagre.
A Cher é tão boa atriz que convence facilmente que é mãe da Meryl Streep na história, por mais absurdo que pareça, por conta da idade das duas (Cher tem 72, Meryl tem 69).
Ela canta “Fernando” e “Super Trouper”, faz uma participação simples e marcante, e carimba “Mamma Mia” com um selo de qualidade que o estúdio deveria agradecer para o resto da vida.
Aliás, esse filme pode agradecer não só a Cher, mas também o elenco feminino da mesma geração dela. Todo o charme, a graça e o humor dessa continuação fica com a galera mais velha.
As atrizes Julie Walters e Christine Baranski (lembra do primeiro filme? Elas são as amigas de infância da Meryl Streep) roubam a cena toda vez que aparecem nesse segundo musical. Química impecável, diálogos entrosadíssimos e um humor leve, aparentemente fácil, até quando dividem uma das músicas.
Nesse filme, a história gira em torno da história e do amor entre mãe e filha. Ela é contada em dois momentos no tempo. Numa parte do filme nós acompanhamos a chegada da personagem de Meryl Streep, Donna, no tal hotel na Grécia, anos atrás. Novinha, empolgada, descobrindo o mundo e aproveitando os homens, ela é interpretada pela britânica Lily James. No presente, temos a personagem de Amanda Seyfried (Sophie), filha de Donna, recebendo todos no hotel para uma grande festa.
A parte de “Dancing Queen” é tão incrivelmente cafona que deu vontade de levantar da cadeira do cinema e imitar a coreografia de tão lindo.
Tudo é muito leve e açucarado em “Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo”: o romance, o humor… Não é um filme que força a barra para você gostar dele. Tem um ritmo que parece não ornar com a rapidez e a ansiedade do mundo moderno. É como se você tirasse férias com uns tiozinhos fofos na Grécia. Ha!
Pensei que nessa continuação a produção iria potencializar as coreografias ou triplicar o humor e deixar tudo um pouco maior, mas isso não rola. A direção do Ol Parker é bem parecida com a do primeiro filme. Aquela galera está lá, meio cafona com aqueles macacões na Grécia, cantando Abba, sendo muito feliz, levando a vida de forma leve e se você não entra nesse clima escapista, você não curte o filme mesmo.
É como uma boa música do Abba. Você ama, você se diverte, a música te leva para um lugar longe daqui, é alto astral e você adora mesmo você sabendo que é dramática e um pouco cafoninha. O importante, meu querido, é que você ama. E o amor não é mesmo brega?
Ver esse filme foi como comer uma fatia de bolo de morango com uma camada de suspiro, com cobertura de confete, depois um pouco de doce de leite, mais suspiro, um monte de velas acesas brilhando em cima e ele sendo servido num prato dourado trazido por Cher cantando Abba para você. Entendeu?
“Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo!” estreia no Brasil no dia 2 de agosto.
ps. não vou falar da participação de Meryl Streep e nem como ela aparece na história senão vocês me matam.