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Com 1º disco solo, Camila Cabello demonstra que acertou ao sair do Fifth Harmony

Por mais que o Fifth Harmony tenha resgatado o pop enlatado com todos os clichês que gostamos de ver, o projeto já não comportava mais o tamanho de Camila Cabello. Já dava para sacar antes dos singles oficiais de sua carreira solo que ela não estava para brincadeira. “I Know What You Did Last Summer” com Shawn Mendes, e “Bad Things” acompanhada de Machine Gun Kelly apontavam esta direção.

A história atual do pop está repleta de separações que renderam ótimos trabalho e, que depois de um tempo, o público enxergou que era melhor para ambas partes. Foi assim com Beyonce (Destiny’s Child), Justin Timberlake (Nsync), Harry Styles (One Direction), Dawn Richard (Danity Kane). Parece termos um bom novo capítulo com ela.

Como todos lembram, a saída dela do Fifth Harmony foi conturbada e dividiu a opinião dos fãs. Uns defendiam a tese que a Camila deveria voar solo mesmo, e outros acharam que era um punhal nas costas a forma como ela saiu. O que podemos constatar é que a saída da cantora foi um grande baque para a girlband.

O primeiro trabalho sem Cabello é visivelmente inferior do que o Fifth Harmony já tinha lançado no mercado. “7/27” e “Reflection” são discos redondos e com hits poderosos, sem titubear. O disco homônimo do Fifth Harmony agradou, mas não teve o mesmo impacto. Será que o encanto estava nas mãos de Cabello?

Estas perguntas seriam respondidas com o primeiro disco dela. A estreia da cantora não poderia ter acontecido de melhor forma.

Os dois singles escolhidos foram certeiros e deixou uma pergunta no ar que Jojo Toddynho costuma dizer: Que tirou foi esse? “Never Be The Same” e “Havana” são a prova que Camila Cabello não era apenas uma cantora criada em estúdio por algum produtor para reproduzir músicas, mas que tinha potencial de trilhar o seu caminho.

Lendo as letras pequenas do encarte do disco, vemos uma artista extremamente conectada com o que está rolando não apenas no mundo pop. Em primeiro lugar, ter deixado a produção executiva nas mãos de Frank Dukes foi um baita acerto. Além de ter em seu currículo nomes pop como Frank Ocean, Selena Gomez, Justin Bieber e Usher, Dukes é uma figura carimbada do novo rap: Post Malone, Qavo, Mac Miller, Schoolboy Q – nomes que têm uma produção constante e relevante nas últimas temporadas.

As músicas de sua estreia são fáceis e contém pitadas de R&B, dance, rumba e dancehall. Uma miscelânea que dá certo com a voz potente da cubana. Camila Cabello faz questão de demonstrar a sua potência vocal ao decorrer do trabalho com solos, vibratos e agudos à lá Mariah Carey como podemos ver logo na faixa de entrada, “Never Be The Same”.

Não é uma obra conceitual que irá desconstruir o que está sendo feito no pop, nem de longe. Mas cumpre com que o fã de pop procura a todo momento neste segmento. Canções para cantar, dançar e cumpre com papel principal de uma faixa pop: alojar em sua cabeça. Não vejo algum tropeço em sua estreia, mas, depois de ouvir “Havana” algumas boas vezes quando saiu o clipe, como todos fizeram, eu acho que ela poderia explorar um pouco mais latinidades.

Ela descreve o álbum como “a trilha sonora do último ano da minha vida”. Com isso, ouvindo o álbum, podemos dizer que foi um ano de amores, desilusões, perdas, apostas, bom humor e alfinetadas com bom humor. No fim das contas, a melhor coisa que ela fez foi ter saído do Fifth Harmony mesmo.

O jornalista paulistano, produtor musical e marketeiro Brunno Constante analisa, pondera, escreve e traz novidades sobre música no Papelpop todas as terças-feiras.

Fita Cassete é o alterego de Brunno quando ele fala sobre o assunto.

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* A opinião do colunista Brunno Constante não necessariamente representa a opinião do Papelpop. No entanto, por aqui, todas as opiniões são bem-vindas. :)

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