Conhecem o PewDiePie, o youtuber mais bem pago e com mais seguidores do mundo? Essa semana não começou bem para ele. Segundo o The Hollywood Reporter e outros sites internacionais, a Maker Studios, divisão da Disney voltada para a produção, distribuição e criação de youtubers, bem como o YouTube Red, encerraram a parceria que mantinham com o sueco de 27 anos (chamado Felix Kjellberg) por conta de vídeos que continham elementos nazistas e antissemitas.
Em comunicado, a Disney afirmou:
“Embora Felix tenha criado uma comunidade de fãs ao ser provocador e irreverente, ele claramente foi longe demais nesse caso e os vídeos resultantes são inapropriados. A Maker Studios tomou a decisão de encerrar nossa filiação com ele daqui em diante.”
Já o YouTube Red (versão paga, sem anúncios e que oferece conteúdo exclusivo de seus criadores) cancelou a segunda temporada da série “Scare PewDiePie”, de acordo com o The Verge.
O The Wall Street Journal fez um levantamento mostrando que nove vídeos publicados por PewDiePie em seu canal desde agosto de 2016 tinham referências nazistas ou antissemitas – alguns deles já foram deletados pelo próprio Kjellberg (e não pelo YouTube). Um deles, datado do dia 11 de janeiro deste ano, mostrava dois indianos contratados pelo youtuber segurando um cartaz com os dizeres “Morte a todos os judeus”.
Segundo PewDiePie, esse vídeo em questão se tratava de uma espécie de desafio usando o site de trabalhos freelancer Fiverr, no qual os clientes pagam para as pessoas cadastradas fazerem o que escolherem. Nesse caso, os indianos cobravam para dançarem mostrando uma mensagem escolhida por quem pagava. O jornal nota que o Google havia tirado propagandas veiculadas nesse vídeo quando ele ainda estava no ar.
De acordo com o The Wall Street Journal, outros vídeos mostram conteúdos incluindo imagens de suásticas, discursos de Hitler e hinos e saudações nazistas. Em um deles, um homem vestido de Jesus Cristo diz que “Hitler não fez absolutamente nada de errado”.
Resposta à polêmica
Em um post recente no Tumblr, PewDiePie falou sobre a controvérsia:
“Fiquei sabendo ontem que algumas pessoas têm visto meus vídeos e dizendo que estou dando credibilidade ao movimento antissemita, e que meus fãs apoiam isso por assistirem. Eu não quero citar as fontes porque eu não quero dar mais atenção a elas. Isso veio de um vídeo que fiz algumas semanas atrás. Eu estava tentando mostrar o quão louco o mundo moderno é, especificamente alguns dos serviços disponíveis online. Eu escolhi algo que me pareceu absurdo – que as pessoas no Fiverr dizem qualquer coisa por cinco dólares. Quero deixar uma coisa clara: de maneira nenhuma estou apoiando qualquer atitude de ódio. Eu faço vídeos para o meu público. Penso no conteúdo que crio como entretenimento, e não como um lugar para qualquer comentário político sério. Sei que o meu público entende isso e é por isso que eles entram no meu canal. Embora esta não tenha sido minha intenção, entendo que essas piadas foram, em última análise, ofensivas. Por mais risível que seja acreditar que eu possa apoiar essas pessoas, para qualquer um que esteja inseguro sobre meu ponto de vista sobre esses grupos baseados em ódio: Não, eu não apoio esses caras de nenhuma maneira.”
Essa não é a primeira vez que o youtuber se envolve em polêmicas questionáveis nas redes sociais. No ano passado ele foi suspenso temporariamente do Twitter após brincar que estava se juntando ao Estado Islâmico.
Ele ainda não se pronunciou oficialmente sobre as decisões das empresas.
No ano passado, PewDiePie teria faturado US$ 14,5 milhões (cerca de R$ 47 milhões) com anúncios no YouTube, patrocínios e aparições públicas, segundo estimativas da empresa de análise de dados de mídia social NeoReach. No site, ele tem mais de 14 bilhões de visualizações no total.