Ontem (24) começou a DÉCIMA SÉTIMA EDIÇÃO do Big Brother Brasil, o reality show mais popular da TV brasileira. Desde o seu início, tornou-se um fenômeno de formação da opinião pública entre os cidadãos comuns e críticos especializados. Você pode até torcer o nariz para o programa que escancara a vida de um punhado de pessoas desconhecidas num lugar repleto de câmeras, mas se chegamos até aqui é que muita gente dá aquela espiadinha.
Eu fui consumidor ativo nas primeiras edições do programa capitaneado pelo poeta Pedro Bial. Além do interesse pelo voyerismo e de ser um programa que todos assistiam, eu achava embasbacante pensar no trabalho envolvido no acompanhamento de 40 câmeras e outros tantos microfones, buscando criar uma dramaturgia que simplesmente nunca para de ser escrita.
Um episódio de Big Brother Brasil é fruto de uma mega operação que tem direção ao vivo, edição ninja praticamente impossível de ser feita e a tentativa de um roteiro para criar histórias para o público. Quem é o bonzinho? Quem é o vilão? Toda semana um personagem deste reduzido núcleo dramático é eliminado e proporciona grandes viradas em toda a dinâmica da casa e do pessoal montar a trama. Realmente eu acho algo complexo e digno de aplausos para o que eles fazem ali.
O que não mudou desde o primeiro episódio, exibido desde o verão de 2002, foi a sua trilha sonora: ‘Vida Real’, do RPM – uma das bandas mais populares dos anos 80 em solo tupiniquim. Como eles viveram na época que era algo comum comprar um disco, Paulo Ricardo e sua trupe venderam mais de cinco milhões de cópias. Eu lembro perfeitamente de 2002 e comecei a ficar assustado com o tanto de coisa que rolou neste ano, por mais que o Harry Styles estivesse saindo das fraldas. Para muitos foi o ano que o Brasil conseguiu o pentacampeonato de futebol com o Ronaldinho usando aquele corte horrível, mas foi muito mais que isso.
Nick Carter x Justin Timberlake
As boys-bands estavam saindo dos holofotes e começaram a pipocar trabalhos solos de seus integrantes. O primeiro embate foi entre Backstreet Boys e Nsync. Nick Carter e Justin Timberlake chegaram com trabalhos e ficou bem claro quem era que mandava na parada. Por mais que os Backstreet Boys tinham dezenas de hits e deixava o Nsync sempre numa categoria B, Timberlake, ainda de madeixas encaracoladas, mostrou que não estava para brincadeira. “Justified” tinha alguns hits como “Cry Me a River”, “Rock Your Body” e “Like a Love You”. Você lembra de algum hit do primeiro disco do Nick Carter?
Skater Gurl
O tempo passa para todos, mas você pode confundir alguma foto dela tirada em 2002 com alguma feita na semana passada. A cantora canadense teve uma estreia que qualquer artista gostaria de ter com “Let Go”. Ela ficou em primeiro lugar em diversos países, sendo que no Brasil alcançou a marca dupla de platina – coisa que na época era destinada apenas para sertanejos medalhões e pagodeiros. Se você tiver de bobeira é capaz que você ouça por aí alguns hits como “Sk8er Boi”, “Complicated” ou “I’m With You” em alguma playlist ou em rádios.
Sexy Pop
As princesinhas do pop não queriam mais aquela imagem angelical e intocável. Quem mudou drasticamente este cenário foi a Christina Aguilera com o seu disco “Stripped”. Por ali, a cantora usou a sua potência vocal e o rebolado em rotação máxima para mostrar aos fãs a sua mais nova fase. Não à toa, Britney Spears seguiu os mesmos passos no ano seguinte com o disco “In The Zone”…
Super grupo 1
Acho que ninguém consiga explicar direito como o Tribalistas explodiu daquele jeito. Do dia para noite, a banda de Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes virou a revelação da música brasileira. Eles tocavam em todas as rádios, vendiam muitos discos, emplacavam músicas em novelas e faziam sucesso em outros países da Europa e até no Japão. As músicas eram fáceis de gravar na cabeça, bastava uma audição para você cantarolar “Já Sei Namorar” ou “Velha Infância”.
Super grupo 2
Se você tinha MTV em sua residência e ligasse a TV entre 8 e 22h, a chance de tocar alguma música do Audioslave era bem grande. A união entre integrantes do Rage Against the Machine e Soundgarden resultou em um disco de rock cheio de hits. Lapidados pelo guru musical Rick Rubin, o Audioslave já sabia os atalhos por conta dos trabalhos lançados em suas respectivas bandas e fizeram uma estreia impecável. “Cochise”, “Show Me How to Live”, “What You Are”, “Like a Stone” e “I Am the Highway” são algumas provas disso.
Em 15 anos, muitos nomes do mercado musical cresceram e tomaram forma, mas uma boa parte do que fui pesquisar não é ⅓ do que foi na época. Ao decorrer do tempo, como no Big Brother, o público pôde decidir quem continua no jogo. Em cada edição existe um perfil de campeão e nos prova que o reality show é difícil apontar quem fará sucesso. Assim como na casa, se lançar no mercado é um desafio, sem fórmula exata de quem vai se dar bem.
Fita Cassete é o alterego de Brunno quando ele fala sobre o assunto.
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* A opinião do colunista Brunno Constante não necessariamente representa a opinião do Papelpop. No entanto, por aqui, todas as opiniões são bem-vindas. :)