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Ouvindo e comentando “Starboy”, novo disco pop, dançante e lindo do The Weeknd

Chegou! Chegou mais um álbum em 2016 que você precisa ouvir. Depois de “Blonde” do Frank Ocean, depois de “A Seat At The Table” da Solange, depois do “Lemonade” da Beyoncé, chegou a hora de ouvir a apreciar “Starboy”, do The Weeknd.

Sabe o que é muito emocionante nesse novo trabalho do Abel Tesfaye? A reverência, a homenagem ao Bowie e ao Prince. O cantor disse para o Wall Street Journal que o disco é 1.000% influenciado pelas mortes recentes dos dois astros pop. A começar pelo nome do álbum, “Starboy”, num clara referência ao “Starman” do Bowie. Sobre Prince, Abel estava prestes a trabalhar com ele no Paisley Park antes da morte do cantor em abril.

Hoje é o lançamento oficial de “Starboy”. O álbum já está em todas as plataformas, com participações de Lana Del Rey, Kendrick Lamar e Future. Farei como fiz em “Joanne” da Lady Gaga e contarei minhas primeiras impressões ao ouvir as músicas do CD.

Bora porque são 18 faixas. Dá play e vem ouvir comigo:

1) Starboy: não precisamos falar mais nada sobre essa, né? Junto com Daft Punk, The Weeknd não só entregou uma das melhores faixas do ano, mas um dos clipes mais legais também. Um tesão! Música que dá para ouvir no repeat, música que poderia durar 20 minutos e ninguém reclamaria.

2) Party Monster: essa é uma faixa bem The Weeknd, com aqueles sintetizadores e guitarras viajandonas, mas o grande destaque é que a faixa é escrita junto com Lana Del Rey, numa letra que mostra Abel apaixonado por uma garota que roda no pole dance, que bebe tequila como ninguém e tem boca da Angelina, bunda da Selena. Amei!

3) False Alarm: esquece as faixas R&B, esquece Daft Punk. Essa é totalmente diferente do primeiro single e do resto do álbum. Não curto muito essa. Cheia de sintetizador, totalmente acelerada, com aquele refrão gritando “false alarm, hey, hey, hey, hey”… É meio punk de boutique.

4) Reminder: opa! O groove voltou. Parece uma música do começo da carreira do The Weeknd. Eu amo que na letra ele comenta que, por conta de uma música que fala sobre cheirar cocaína, ele chegou a ganhar uma premiação de crianças (deve ser o Kids Choice Awards, na época de “Can’t Feel My Face”).

5) Rockin’: que coisa lindaaaa! É dançante, é pulsante, é envolvente até o último fio de cabelo. A música é synthpop decente e ainda tem uma pegada de house music absurda de linda. Escuta ali perto do minuto 2:00 que o bicho pega e fica foda demaaaais! É pra dançar até o final de 2017. Uma das minhas favoritas. Eu tô assim, ó:

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6) Secrets: eu tô surtando. É oficial e real. Essa batida no começooooooo! Mais uma faixa dançante, groovy, só que essa tem uma pegada retrô oitentista. Repara no sample da clássica “Pale Shelter” do Tears For Fears. Tem também sample de “Talking In Your Sleep” do Romantics. Muito anos 80, que homenagem linda. Mesmo tendo essas duas referências retrô, a faixa é muito atual, muito autêntica. O nome disso é competência. Já é uma das minhas favoritas AAAAAAHHHH ISSO É MUITO LEGAAAAL!!! TÔ SURTANDO!

7) True Colors: lá vem o R&B, lá vem música para o coito, para o acasalamento. Isso é algo que ninguém faz melhor que The Weeknd (que ele aprendeu com o Prince, tá?). Tudo no disco tem uma aura retrô. Essa parece um R&B dos anos 90, com vocal apaixonado ao extremo. Linda música!

8) Stargirl: se o Abel é o Starboy, chegou a Stargirl Lana Del Rey. Amiga do músico desde que colaborou com o álbum anterior dele, “Beauty Behind the Madness”, Lana abre a faixa cantando, cheia de falsetto. Olha esses agudos!!! Que sexy isso. É apenas um interlude e você fica com vontade de ouvir mais.

9) Sidewalks: outra participação ilustre do CD, Kendrick Lamar. Um rif de guitarra maravilhoso sendo repetida no fundo, batida poderosa, vocais de ambos com vocoder… Kendrick nunca foi tão sexy. É só se juntar ao The Weeknd. Lá vem o rap do Kendrick. Ele NUNCA erra! É um dos maiores rappers e você confirma isso toda vez que ouve ele fazendo essa coisa absurda.

10) Six Feet Under: eu tô tentando prestar atenção na letra porque ela ficou mais importante que a música… Tô adorando. É uma garota aproveitadora, ambiciosa, que ninguém vai impedir porque ela quer fazer dinheiro. Mesmo “a sete palmos”, mesmo “six feet under”, ela vai continuar querendo grana. É aquela garota que vai querer que você abandone a família, ela quer os “papéis”, ela quer vida de rica, não vai viver só de amor, “Louis Vuitton her husband”.

11) Love To Lay: delícia de ouvir, um refrão super pegajoso, música para cantarolar, pra curtir… música pop das boas. Não tem música ruim nesse CD??? Não é possível.

12) A Lonely Night: Opa! Esse baixo no começo, esse grave, esse vocal que é assustadoramente parecido com o do Michael Jackson e uma batida retrô, meio anos 70. Meu Deus do céu, isso é bonito demais. Ele queria homenagear Bowie e Prince, mas nessas faixas ele ressuscita o rei do pop. É como se uma faixa do “Off The Wall” visitasse o ano de 2016.

13) Attention: a música requer nossa atenção, assim como a pessoa na letra, que só está pedindo pra ser vista, pra ser notada. Parece uma faixa fácil, mas ela tem tantos detalhes, tantos sintetizadores e brincadeiras, sons, batida misteriosa… Gostei bastante, vou voltar pra ouvir mais depois.

14) Ordinary Life: ordinááááária!!! Então, são muitas faixas no disco e agora eu começo a ficar um pouco exausto do ouvido. Essa é uma música boa, com refrão repetindo “this ain’t ordinary life”. Mas eu tinha que voltar pra ouvir com mais calma. Não se faz review assim. Por isso tô chamando de impressão faixa por faixa. Vamos pra próxima.

15) Nothing Whitout You: gente, gente, gente… Ouve isso comigo direito. Olha o que ele está cantando. Essa faixa é bem diferente das dançantes do disco. É o Abel falando que ama uma garota, querendo ficar com ela. Ele diz que essa garota fez ele ser quem ele é hoje. “I’d be nothing’, nothing’, nothing’, nothing’ without you”. Nota do editor aqui: é sobre o término dele com a Bella Hadid? É bem recente. O fofoqueiro vai agora ouvir a próxima faixa.

16) All I Know: lá vem a faixa com o Future… Que drama, que obscura… Ao mesmo tempo muito sexy. Amo o grave. Abel tá pedindo para uma mulher dar tempo para ele confessar e provar que a ama. Ele pede tempo e ela começa a duvidar se ele é capaz. Hadid mais uma vez?

17) Die For You: lá vem o flerte com os anos 70 de volta. Amei essa. O refrão é poderoso, super contagiante. Eu amo que a história parece uma continuação da faixa anterior. The Weeknd diz que morreria por uma garota. É um álbum apaixonado e isso é estranho porque é bem diferente do discurso dos discos anteriores, em que ele era o cara frio e safado que nunca se renderia ao amor.

18) I Feel It Coming: vamos fechar esse disco com uma chave de ouro linda? Que surpresa agradável. Que presente de Natal. Não preciso mais ganhar nada esse ano. Mais uma faixa produzida pelo Daft Punk em parceria com o The Weeknd. Muito anos 70. Cheia de soul. Não tem nada de novo e original, mas é que a faixa tá falando com o coração. Olha esse vocal, esse baixo. Você vai reclamar disso? <3

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Eu voltei pra ouvir “Rockin”, “Secrets” e “A Lonely Night”, minhas favoritas do disco. Eu ainda tô surtando com essas faixas. É o álbum mais pop, dançante e fácil do The Weeknd. E não é por isso que ele deixa de ser extremamente bem produzido, cheio de música boa.

As composições continuam incríveis e a referência ao Bowie vive mais nas letras e na mensagem que na sonoridade. Não tem muito da era de “Starman”. Tem mais do discurso da época do “thin white ducke” do Bowie, quando ele cantava sobre a decadência, o materialismo, o vazio. Porque, musicalmente falando, o “Starboy” tem mais flerte com a house music, com o funk e com o Michael Jackson dos anos 70 ressuscitado por Daft Punk.

ESSAS SÃO MINHAS PRIMEIRAS IMPRESSÕES. Eu vou continuar ouvindo o disco e descobrindo muitas outras coisas. Mas, assim… disquinho lindo pra ouvir no fim do ano, tocar nas festas e dirigir com a sua cruz pink de neon enquanto sua pantera negra de estimação fica no banco do carona. “Starboy” tá lindo, gostoso e cool demais.

Vou ver o curta M A N I A mais uma vez:

 

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