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Jack Falahee fala de sexualidade, medo de Trump e afirma que é heterossexual
Sempre que um ator interpreta um homossexual na ficção, todos ficam curiosos para saber sobre sua orientação sexual na vida real. Com Jack Falahee não foi diferente.
Desde a primeira temporada de “How To Get Away With Murder” seus fãs o perguntavam se, assim como o seu personagem, Connor, ele também é gay. Após o resultado da eleição presidencial americana, ele finalmente decidiu comentar abertamente sobre o assunto pela primeira vez.
* Mary J. Blige na série “How to Get Away With Murder”
* O que é ser mulher no mundo atual segundo Lady Gaga
“Embora eu não seja gay, em ‘HTGAWM’ eu interpreto um personagem que está numa relação interracial com um homem que é HIV positivo“, escreveu Jack em uma longa declaração publicada em seu Twitter ontem (15/11).
Ele contou que a eleição de Trump afetou profundamente um de seus amigos, que é gay, e o fez perceber como seu posicionamento até o momento era improdutivo para a luta pela igualdade. Leia o comunicado na íntegra:
https://twitter.com/RestingPlatypus/status/798583189744668672
“Eu passei a noite das eleições com alguns dos meus amigos próximos, colado na televisão. Meus amigos beberam bastante à medida em que a noite continuava enquanto eu comia sorvete mais e mais, tendo escolhido a pior semana possível para dar um tempo na bebida. No final da noite um amigo meu que é gay estava sentado embaixo da mesa chorando. Cansado por uma campanha alimentada por intolerância e ódio, ele não conseguia encarar a realidade dos próximos quatro anos. Ele tinha todo o direito de ter medo. Agora temos um vice-presidente que acredita em terapia de conversão sexual, que homossexualidade é uma escolha e que o casamento entre pessoas do mesmo sexo levará a sociedade ao colapso. Temos um vice-presidente que não acredita que o meu amigo possa ter os mesmos direitos que eu, e isso é aterrorizante. Eu não fui sentar com ele debaixo da mesa. Eu também estava horrorizado com o resultado naquela noite e fui embora abalado e com raiva, mas ao contrário do meu amigo, eu ficaria bem.
Ainda que eu não seja gay, em ‘How to Get Away with Murder’ eu interpreto um personagem que está num relacionamento interracial com um homem portador de HIV. Porém, no passado eu me recusei a falar sobre minha própria sexualidade numa tentativa de desmontar o armário. As pessoas contra minhas respostas ambíguas para perguntas sobre a minha sexualidade argumentaram sobre a importância da visibilidade. No fim, acho que minha posição não tem ajudado na luta pela igualdade. Sinto que eu sacrifiquei meu poder de apoiar a comunidade para uma discussão mais teórica sobre sexualidade. Agora, mais do que nunca, quero oferecer minha ajuda à comunidade como um aliado.
Nos últimos dias desde a eleição eu falei com amigos LGBTQ, mulheres, pessoas de cor e o pessoal judeu e muçulmano em minha vida. Comecei a receber mensagens de fãs do país e do mundo inteiro dizendo que estão com medo de suas vidas. Enquanto isso, meu feed de notícias está repleto de histórias sobre como esses grupos de pessoas estão sendo alvos de discriminação e violência desde que os resultados dessa eleição foram anunciados. Isso não é novidade. Só está sendo exacerbado por esse ciclo de eleição.
Através de tudo isso eu venho me inspirando. Tenho visto amigos protestando em Nova York e Los Angeles. Eu conversei com minha prima de 16 anos em Michigan, que apesar da maneira que tudo aconteceu, escolheu se posicionar ainda mais fortemente para lutar pelo o que é certo e se engajou, de maneira positiva, a discutir com os garotos de sua escola que fazem piada sobre revogar a 19ª emenda (trecho da constituição americana que garante a todos os cidadão o direito ao voto, idependente do sexo). Nas redes sociais, e pessoalmente, eu vi meus colegas de trabalho, amigos e família trabalharem incansavelmente para se comunicarem através da nossa nação dividida. Eu vi parceiros, que se tornaram infinitamente mais vulneráveis do que eu com esse resultado, tomarem ações concretas e decisivas por um futuro melhor a todos. Eu quero fazer o mesmo.”
Jack ainda fez outro tuíte no qual listou algumas das ações que irá tomar para apoiar a luta da comunidade LGBTQ. Ele prometeu, por exemplo, se educar melhor em questões políticas relacionadas aos LGBTQ e ajudar ações desse grupo, além de fazer doações para diferentes entidades focadas em direitos e políticas públicas para os LGBTQ.
https://twitter.com/RestingPlatypus/status/798583221264883712
De pessoas assim que precisamos no mundo!