A maravilhosa Helen Mirren é uma das estrelas que estampam cinco capas da Variety em sua edição “Power of Women” – as outras são Scarlett Johansson, Miley Cyrus, Ava DuVernay e Laverne Cox. Em entrevista, a atriz deu sua opinião sobre a situação das mulheres em Hollywood e os papeis femininos, a diferença salarial entre homens e mulheres e seu papel em “Velozes e Furiosos 8”.
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Sobre o próximo filme da franquia com Vin Diesel & cia, a escalação de Helen para o elenco foi uma surpresa. Ela conta que não planeja os passos de sua carreira.
“O que eu faço costuma ser uma reação contrária ao que eu já fiz. Eu estou sempre procurando por algo um pouco diferente do meu último trabalho. Mas eu não planejo a minha carreira, nunca planejei. O que acontece realmente é sorte. Mas eu sempre tive um forte vontade de fazer ‘Velozes e Furiosos’, porque eu amo dirigir carros. Claro, quando tive minha chance, não estava dirigindo a droga do carro. Estava numa ambulância com o Jason Statham.”
Hahaha, não foi dessa vez que você fez super manobras, Helen! Uma pergunta feita para a atriz foi sobre sua opinião a respeito de quem deve interpretar o próximo James Bond e se uma mulher poderia fazer o papel do agente secreto.
“Kenneth Branagh seria um Bond fabuloso. Ele nunca o faria, porque está muito ocupado fazendo outras coisas, mas ele tem a inteligência e a sagacidade e a elegância. E ele é bem bonito. (…) Acho que uma mulher poderia interpretar, já interpretou e deve interpretar um personagem similar. Mas acho – hm, estou entrando num território arriscado aqui, mas penso se a característica icônica de James Bond… talvez eu esteja errada. Para o delírio de certos atores mais velhos que acharam histericamente engraçado, eu interpretei Próspera em ‘A Tempestade’ [versão feminina de Próspero, protagonista da peça shakespeariana]. Eu não quero ser que nem esses geriátricos e dizer que mulheres não podem interpretar papeis de homens. Vamos dizer assim: não há regras para nada. Tudo é possível.”
E pegando nesse ponto de papeis femininos em Hollywood, a atriz tem uma perspectiva positiva sobre a situação das mulheres na indústria cinematográfica norte-americana.
“Houve um grande progresso. Eu sempre disse isso em toda a minha carreira: não se preocupe com o número de papeis disponíveis para mulheres no drama; preocupe-se com o número de papeis para mulheres na vida real. Porque à medida que o perfil das mulheres se torna melhor em todos os aspectos da vida real – política, economia, medicina, ciência, tecnologia, qualquer coisa -, o mundo do drama vai inevitavelmente refletir isso, e os papeis femininos irão melhorar. No entanto, tendo dito isso, ainda me irrita muito o fato de em vários filmes a única hora que você vê mais mulheres do que homens é numa cena em uma piscina, na qual no caso de repente o mundo é povoado por mulheres em biquínis. E quase sempre elas estão usando salto alto! Nenhuma mulher usa biquíni e salto alto numa piscina! (…) Eu testemunhei uma mudança gigante. A maior delas para mim, e a melhor, foi ver mulheres no set de gravação, na equipe. Não foi há muito tempo que vi pela primeira vez uma eletricista. Para mim, isso é muito bom. É uma mudança grande, porque esse era um mundo muito masculino, macho.”
Por fim, sobre a diferença de salários entre homens e mulheres, Helen afirma que a questão é bem complicada.
“Quanto dinheiro o seu último filme arrecadou, quantos dias você vai gastar fazendo o papel. Não é tão simples como dizer, ‘Eu quero igualdade’. Claro que se há um homem e uma mulher num set e eles estão trabalhando pelo mesmo número de dias, e eles estão no mesmo nível, então com certeza eles devem ser pagos igualmente. E é uma coisa difícil de falar, porque, obviamente, você não vai conseguir muita simpatia das pessoas, já que estamos falando de montantes muito grandes de dinheiro. E é por isso que acho que as mulheres em geral suavemente dizem: ‘Eu tenho dinheiro suficiente, está tudo OK’. Os homens não fizeram isso. Eu amo o fato de que as mulheres estão se manifestando. Achei que o que Jennifer Lawrence fez foi fabuloso, e o que Patricia Arquette fez. Elas são corajosas e eu realmente concordo com isso. Eu certamente acredito que a influência dos jovens, o entendimento mais novo de como as coisas devem ser, ou podem ser – ou, na verdade, já são e vocês ainda não perceberam isso – é poderoso. Eu diria: ouça o pessoal de 20 a 30 anos.”
Uma dama é uma dama, não é? <3