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Atriz, modelo, jurada, poliglota: Elke Maravilha era uma metamorfose extravagante

Perdemos uma mulher para servir de exemplo para todas, à frente do seu tempo, com um brilho e uma sabedoria rara. Elke Maravilha morreu na madrugada desta terça-feira (16) aos 71 anos. Ela estava internada há quase um mês na Casa de Saúde Pinheiro Machado, no Rio de Janeiro, após uma cirurgia para tratar uma úlcera.

Uma nota aos fãs e admiradores foi publicada no Facebook de Elke na noite de ontem:

Elke não nasceu no Brasil – batizada como Elke Georgievna Grunnupp, na Rússia, veio para cá aos seis anos de idade, quando os pais fugiram do regime de Josef Stalin. No Brasil, começou como secretária, tradutora, professora e intérprete de línguas – russo, francês, inglês, alemão, entre outras – até entrar na carreira de atriz, jurada e manequim.

Como modelo, trabalhou ao lado da estilista Zuzu Angel, de quem ficou muito amiga. Essa amizade, aliás, teve relação com a prisão de Elke em 1971 – ela protestou contra o assassinato de Stuart, filho de Zuzu, que oficialmente era tido como procurado pela ditadura militar, mas na verdade havia sido morto pelo regime.

Mas foi na televisão que Elke se tornou conhecida mesmo pelo Brasil inteiro, ao ser jurada do “Cassino do Chacrinha“, em 1972, e do “Show de Calouros”, de Silvio Santos.

No SBT, também teve seu próprio programa, o “Elke”.

Ela também foi para o cinema, tendo feito filmes como “Xica da Silva” (1976) e “Pixote: A Lei do Mais Fraco” (1981), de Hector Babenco.

Antes de ser internada, Elke se apresentava ao redor do país com o espetáculo “Elke canta e conta”, onde falava sobre sua infância na Rússia, seus casamentos e a vida no meio artístico.

Sua morte está repercutindo nas redes sociais e entre celebridades. Luana Piovani, que viveu Elke no filme “Zuzu Angel” (2006), publicou uma mensagem no Instagram:

O político Eduardo Suplicy também deixou seu recado.

Elke tinha personalidade e aparência exóticas, era dona de seu próprio estilo e falava abertamente sobre tabus como drogas, aborto e sexualidade. Culta, foi transgressor, corajosa e sempre divertidíssima. Descanse em paz, Elke Maravilha!

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