Incrível! Criaram um dicionário para explicar trans, cis e todos os gêneros existentes!

As discussões de gênero estão finalmente tomando espaço na pauta de igualdade. É lindo pois vemos quem antes era invisível ganhando voz e dizendo quem são. É preciso começar a tratar todos da forma que cada um gostaria de ser tratado, certo?

Denominação de gênero não se aprende na escola e dificilmente chega às pessoas da forma que deve. Quase nunca chega ao senso comum a diferença entre orientação sexual e identidade de gênero. Muito menos a ideia de que mulheres trans podem se relacionar com mulheres também. E o termo “cisgênero” que se encaixa na maioria da população e que poucos sabem o que é? Muitos não conhecem o próprio gênero!

Por isso, é de aplaudir em pé essa iniciativa do grupo cultural Afroreggae com a agência Artplan: montar um dicionário de gênero feito por quem está fora do dicionário padrão. São trans, não-binários, agêneros e outros dizendo como eles se enxergam!

O Dicionário de Gênero organiza 60 definições de gênero de forma colaborativa, pela experiência de quem se define em cada um deles, e conta com entrevistas que abrem a mente de qualquer um a partir do conceito de “Só Quem Sente Pode Definir”.

Tem a cartunista Laerte dizendo o que é ser transgênero, a atriz Lucas Rangel sobre se sentir pangênero, espaço para homens e mulheres cis… Vale ver o depoimento de João Nery, psicólogo, escritor e o primeiro homens trans operado no Brasil em plena ditadura.

No site há uma seção mega didática sobre sexo, orientação, gênero, binariedade e a importância em quebrar a barreira dos artigos “a” e “e” para incluir transgêneros, gêneros-fluídos e agêneros na língua portuguesa.

Os depoimentos em vídeo e feitos por colaboradores são lindos e é de ensinar muito em pouco tempo! O mais importante: dando o protagonismo e voz para cada um. “A gente se sente invisível e inexistente, sabendo que não tem nem palavra pra mostrar como a gente é“, diz o estudante Oliver Costa que se identifica como Não-Binário.

Saber enxergar e tratar alguém de acordo com o gênero é o passo inicial para termos empatia e buscar igualdade. É difícil quebrar um padrão que aprendemos na escola, com família e todas as instituições conservadoras que nos criaram. Mas quando acontece, não só reconhecemos o outro mas nos conhecemos melhor.

O Papelpop já se atrapalhou bastante com as denominações de gênero. Muitas vezes aprendemos com nossos leitores e ter uma iniciativa dessas é maravilhosa. Queremos dar ainda mais visibilidade ao assunto!

O Dicionário de Gênero é uma iniciativa do projeto Além do Arco-Íris, feito pelo AfroReggae para trazer protagonismo às pessoas trans, e pela Artplan. Venha de mente aberta e separe seu tempo para ler essa lindeza: http://dicionariodegeneros.com.br

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