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O Oscar da música de Sam Smith, Gaga e The Weeknd!

A pomposa cerimônia do Oscar rolou no último domingo e flodou a timeline de qualquer rede social durante o fim de semana. Você já leu muito sobre a suada conquista do Leonardo DiCaprio na categoria de Melhor Ator e das alfinetadas de Chris Rock durante a cerimônia. O clima do Oscar é sempre de pisar em ovos e isso se refletiu nos shows da noite. Smith, Gaga e The Weeknd fizeram o protocolo correto, cantaram bonitinho e receberam as palmas no final. Os três são responsáveis por apresentações explosivas de tirar o fôlego por onde passam. O Oscar conseguiu arrancar isso.

A grande injustiça da noite seria se o Leonardo DiCaprio não tivesse levado o prêmio de Melhor Ator. Mas a justiça foi feita. Não só com ele, mas também com um outro indicado, o Ennio Morricone. O compositor de 87 anos está no ramo desde os anos 60 compondo faixas que embalaram diversos filmes que você deve ter visto como “Era uma Vez no Oeste”, “Os Intocáveis”, “Lolita”, “Era Uma vez na América” e “Bastardos Inglórios”. A parceria com Quentin Tarantino no filme “Os Oito Odiados” finalmente levou o simpático senhor para receber a estatueta.

Por mais que academia seja tradicional em suas indicações, a categoria de Melhor Música foi praticamente um “Meus Prêmios Nick”. Num lugar por onde já passou Bob Dylan, Stevie Wonder, Isaac Hayes, Bruce Springsteen, o Oscar mudou, da sua maneira, com Gaga, Smith e Weeknd reunidos em uma categoria.

Lady Gaga gravou duas músicas para o documentário “The Hunting Ground” que fala sobre abusos sexuais que aconteceram nos Estados Unidos em campus de universidades. Vale lembrar que este foi o segundo ano consecutivo que a Mother Monster se apresenta na cerimônia. A cantora ainda fez uma homenagem ao David Bowie no Grammy. O que vem depois? Animar um show em festas de formatura? Bom saber que ela já está em estúdio compondo coisas novas…

The Weeknd lança boas mixtapes desde 2010, mas a sua projeção no Oscar foi com o filme “50 Tons de Cinza”, onde ele canta “Earned It”. Nunca que o produtor executivo deste longa-metragem pensou que estaria disputando um Oscar, mas acabou rolando. Pode agradecer o cantor canadense, que levou seu hit sexual para a cerimônia. Ele levou o Grammy na categoria de Melhor Performance em R&B, mas não teve fôlego para ganhar na do cinema.

É impressionante como a voz deste rapaz de madeixas longas lembra a do Michael Jackson. Afinado como só ele e seguro como se tivesse em um bar com os amigos.

Sim, Sam Smith estava nervoso

Cara, imagina tocar na premiação mais vista do planeta com a pressão de cantar o tema do James Bond. A voz dele deu uma leve embargada no comecinho, mas o britânico contornou com muita classe. Ele ainda tem um estilo de cantar que requer muita técnica. Usar a voz mais grave em alguns trechos e emendar com falsete. Isso deve ser uma tarefa complicada, companheiro. “Manta Ray”, do filme “Racing Extinction”, por J. Ralph, e “Simple Song #3”, do filme “Young”, por David Lang, também estavam concorrendo na categoria de melhor música original.

Amy ganhou o prêmio de ‘Melhor Documentário’…

Ela desbancou o ‘What Happened, Miss Simone?’ – tem no Netflix, vale muito assistir. A obra escancara o furacão Winehouse com registros incríveis como a primeira audição na gravadora dela e momentos de boa com as suas amigas. São dois bons filmes que eu não aconselho assistir num dia que você esteja na fossa.

Normalmente o Oscar é uma premiação previsível como Natal em família. Você já imagina o roteiro, mas pega muito mal não aparecer. Nesta edição tivemos bons momentos desde a abertura de Chris Rock, shows que fizeram o coração bater mais forte e outros assuntos, mas eu prefiro não opinar sobre isso. :)


O jornalista paulistano, produtor musical e marketeiro Brunno Constante analisa, pondera, escreve e traz novidades sobre música no Papelpop todas as terças-feiras.

Fita Cassete é o alterego de Brunno quando ele fala sobre o assunto.

Quer falar com ele? Twitter: @brunno.

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