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Já lemos “Quarto”, livro que inspirou o filme indicado ao Oscar, “O Quarto de Jack”
Anos atrás eu li “Quarto” e fiquei por semanas com ele na cabeça. Aquela história tão absurda e a forma como foi escrita me marcou muito. A adaptação para os cinemas (O Quarto de Jack) acaba de receber quatro indicações para o Oscar (melhor filme, diretor, atriz e roteiro adaptado). O mais legal? A responsável pela adaptação para o cinema é a própria Emma Donoghue, autora do livro.
Ela criou no livro Quarto um personagem que jamais será esquecido. O livro foi eleito o melhor do ano pelo New York Times e recebeu críticas maravilhosas da Newsweek, do Daily Mail e dos autores Michael Cunningham (de “As Horas”) e John Boyne (“O Menino do Pijama Listrado”).
O livro é narrado por Jack e o Quarto é tudo o que ele conhece. Lá ele nasceu, brincou, comeu, dormiu e aprendeu a ler. Jack nunca conheceu o lado de fora e o mais impressionante: ele não sabe que existe. Jack e sua mãe vivem aprisionados por um homem e ela cria um mundo de fantasias para o filho. Depois de anos ela elabora um plano muito perigoso de fuga.
Sem dúvida “Quarto” é um dos livros mais curiosos que já li. Primeiro, por ser narrado por uma criança de cinco anos com toda sua linguagem típica. A autora nos leva para a mente do menino. A construção do personagem foi perfeita e detalhista. Jack é tão real que em alguns momentos assusta. Segundo porque a situação criada no livro é muito mais do que claustrofóbica. Imagine uma criança que até os cinco anos nunca teve contato com outro humano a não ser a mãe e que não sabe que exista algo a não ser o Quarto? A sensibilidade, criatividade e força dessa mulher são inacreditáveis. Ela não desiste.
Jack é cativante, esperto, inteligente e nutre um amor belíssimo pela mãe. A segunda fase da história acontece quando os dois decidem fugir. O que acontece? Você acompanha tudo com o coração na mão e torce desesperadamente pelos personagens. Não posso falar nada para não estragar a surpresa.
Me apaixonei por Jack logo nas primeiras páginas. Ele me fez rir alto em várias situações, é como se eu pudesse realmente ver o menininho na minha frente. E ele me emocionou muito. Lágrimas rolaram livremente. Por toda sua pureza ainda mais aflorada por desconhecer todas as loucuras do nosso mundo. O livro tem uma visão realista e crítica dessa sociedade. E toda a brutalidade, irracionalidade e pureza e esperança nos leva a refletir e avaliar. Confesso que foi difícil me despedir de Jack quando o livro se aproximou do fim. Ficou aquela imensa e grata sensação de querer mais do livro. Recomendo a leitura.
Sobre o trailer:
O spoiler que eu não queria dar ele mostra numa boa. Mas não chega a estragar muitas outras surpresas que existem na história.
Estou curiosa para ver o filme porque o livro já me encantou.
O longa “O Quarto de Jack” concorre na categoria melhor filme junto com os favoritos “O Regresso” e “Mad Max”. Além disso, disputa também nas categorias de melhor diretor (Lenny Abrahamson foi quem dirigiu), melhor atriz (Brie Larson) e roteiro original. Confira os outros indicados ao Oscar 2016.
[Colaborou para o Papelpop]: Lorena Machado