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Passamos um dia com Louis Garrel e falamos sobre França, sedução e o seu novo filme, “Dois Amigos”
Sabe quem esteve aqui no Brasil no último final de semana? O grande muso do atual cinema francês, o ator Louis Garrel, conhecido por diversos filmes incríveis como “Os Sonhadores” (2003), “Canções de Amor” (2007) e “Saint Laurent” (2014).
O ator chegou ao nosso país para promover o seu primeiro longa-metragem como diretor, “Os Dois Amigos”, filme em que também atua com Vincent Macaigne e sua ex-namorada, a atriz iraniana Golshifteh Farahani.
Nosso encontro com o muso aconteceu na sexta-feira (27). Primeiro, nós assistimos ao seu filme e depois o ator chegou para bater um papo com os jornalistas.
Antes de contarmos sobre as coisas que o Garrel falou por aqui, a gente precisa dizer que o filme é maravilhoso. “Os Dois Amigos” é uma comédia que flerta com o estilo pastelão, já que os “dois amigos” do título são bem loucos e caricatos, mas ao mesmo tem uma (enorme) profundidade na história, algo comum dos filmes franceses.
O enredo fala sobre um desses amigos, vivido por Macaigne, que se apaixona por uma mulher (Farahani) sem saber que ela cumpre regime semi-aberto num presídio. Quando seu amigo (Garrel) insiste para que ele invista mais na relação com ela, os três acabam se envolvendo num estranho triângulo amoroso.
O filme tem roteiro de Christophe Honoré – que dirigiu boa parte dos filmes estrelados por Garrel como “Canções de Amor”, “Minha Mãe” e “Em Paris”. Talvez por tantos anos de parceria, a gente sinta uma presença tão grande do cineasta no jeito como o Garrel dirige o filme.
Na coletiva de imprensa, aliás, o Louis Garrel confessou que pediu ajuda do Honoré no roteiro porque percebeu que a história original estava muito clichê, com um triângulo amoroso entre dois homens e uma mulher.
“Tem uma frase do Hitchcock que diz ‘é melhor sair de um clichê do que chegar nele’. Eu pedi ajuda ao Christophe porque sabia que ele iria pensar em situações que fossem diferentes e originais. Além disso, ele é um ótimo roteirista, a escrita dele me agrada por ser muito sentimental”.
Em “Os Dois Amigos”, Garrel, propositalmente, tenta mostrar Paris por lugares não tão fáceis de serem reconhecidos, mas ainda sim é uma ode à cidade. O filme foi lançado na França cerca de duas semanas antes dos ataques terroristas e, claro, o ator falou sobre o assunto na coletiva.
“O que temos em Paris agora são várias perguntas sem resposta. Todo mundo na França nesses últimos dias estão procurando uns aos outros em busca de explicações sobre o porquê disso estar acontecendo. Isso tem chocado principalmente a minha geração, até uns 30 e poucos anos, porque nós nunca vimos a guerra de perto. E hoje o que temos é uma guerra já declarada publicamente pelo primeiro ministro.”
Os ataques em Paris, aliás, até estimularam o Garrel a tentar parar de fumar. Assim que chegou para a coletiva, o ator explicou que parou de fumar assim que chegou ao Brasil porque viu (quem diria) que as pessoas aqui são muito calmas, enquanto o ambiente de nervosismo neste momento na França está fazendo as pessoas fumarem ainda mais. Por isso, aliás, durante toda a coletiva, o Louis Garrel estava utilizando um cigarro eletrônico.
Após a coletiva, a gente voltou a encontrar o muso para um papo bem descontraído num café aqui em São Paulo. Imagina só você sentar numa mesa frente a frente com esse homem tão sedutor!
Foi uma experiência tão maravilhosa que a gente quis compartilhar com vocês. Resolvemos gravar um pedacinho do papo em vídeo para vocês verem a dificuldade que é se concentrar numa entrevista com os olhares lançados por ele.
Na nossa breve conversa com o Garrel, que estava acompanhado da sua tradutora, Alexandra Descaves, falamos sobre musicais, ele mandou recado para os fãs no Brasil e, claro!, nós falamos também sobre o charme dele, sempre presente em seus filmes e que sempre é arma para seduzir homens e mulheres.