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“Girl power” no Electric Daisy Carnival: Krewella fala com o PP sobre Brasil e força das mulheres

Está chegando ao Brasil, pela primeira vez, o Electric Daisy Carnival, festival de música eletrônica bombante mundo afora. O evento chega para nós com novidades imperdíveis e com um time de primeira da cena dance. Um grande exemplo? As meninas do Krewella, que se apresentam no dia 4 de dezembro.

As irmãs Jahan e Yasmine Yousaf, que formam essa dupla de drum and bass vinda em Chicago, nos EUA, surgiu em 2007 e sua formação original era um trio, que contava com a participação do produtor Kris Trindl (conhecido como Rain Man). Em 2014, Rain Man saiu do grupo e as meninas sofreram bullying nas redes sociais. Muitos as rebaixavam e chegavam a falar que era o fim do grupo porque as duas mulheres não sabiam produzir música.

O que aconteceu em seguida? Krewella lançou um single bombante chamado “Say Goodbye” e, em março de 2015, outra música ótima chamada “Somewhere to Run”.

As meninas provaram que vieram para ficar, conquistaram o respeito dos fãs e hoje são consideradas uma das grandes heroínas feministas da cena eletrônica. Junto com elas, o girl power do Electric Daisy Carnival também se fortalece com outras mulheres que se destacaram e entraram no line up do evento, como por exemplo a dupla NERVO e a DJ Anna.

O Papelpop conversou com a Jahan por telefone e quis saber da suposta briga entre elas e o produtor, que chegou a processá-las por ter sido dito que ele usava drogas. Após as meninas terem vencido o processo e terem dado a volta por cima, Johan preferiu não falar com a gente sobre o assunto e declarou que este drama não ira atrapalhar a criação de musicas da dupla.

O EP de estréia do grupo, Play Hard, foi lançado dia 18 de junho de 2012. O videoclipe da banda para sua música de maior sucesso, “Alive”, atingiu mais de 30 milhões de visualizações no Youtube:

As irmãs se apresentam na EDC Brasil , mas elas não serão as únicas girl power do evento, outras mulheres se destacaram e entraram na Line up do evento, como por exemplo a dupla NERVO e a DJ Anna.

Papelpop: Vocês são uma das pioneiras da tal falada “nova música eletrônica feminina”. Vocês se veem como uma influência para quem está começando agora?

Jahan: Nos contaram que somos e eu gosto dessa ideia de que nós inspiramos outras garotas! Porque existem ainda muitos estereótipos que continuam a rondar e assustam as mulheres a não entrarem em certas áreas dominadas pelos homens. E isso serve pra todo mundo! Não precisa ser apenas mulheres, mas sim muitas pessoas! Eles costumam ter medo de aparecer, não se sentem preparados para lidar com esses tipos de comentários negativos e pessoas os julgando.
Quando se é uma mulher, você é exposta a pessoas te dizendo que você não pode ser bem sucedida por ser uma garota, que você não é tecnicamente capaz de algo porque você é uma mulher! E mostrar à outras pessoas que você consegue ser tão competitiva quanto…

Papelpop: Vocês tocaram nos maiores festivais de mundo… Como vocês se sentem sendo renomadas mundialmente mesmo que maioria dos produtores de eletrônica sendo homens?

Jahan:
Eu acho maravilhoso, quando eu paro e penso que eu e minha irmã somos uma das únicas mulheres no lineup… Tem muitas pessoas que fazem um trabalho maravilhoso ali e eu me sinto muito grata.

Papelpop: Quando vocês demitiram o Rain Man, vocês já esperavam que essa história teria tanta repercussão?

Jahan: Na verdade nós não demitimos ele, nós pedimos para que ele saísse do grupo no verão de 2014. Então, o problema com a mídia é exatamente… é que a gente quer que a nossa verdade venha a conhecimento! Mesmo sabendo que as pessoas sempre vão acreditar na primeira versão, que é uma história contraditória. Então eu acho que é muito importante não deixar isso morrer de uma maneira que atrapalhe seu processo de criação e sua música e não deixar que [aconteça] esse “drama” online que às vezes as pessoas tentam te empurrar!

Papelpop: Se não fossem da música eletrônica, vocês ainda continuariam trabalhando com música? Em outro ritmo talvez?

Jahan: Eu provavelmente estaria fazendo rock! Eu consigo me imaginar escrevendo músicas para outras pessoas ou até em uma banda de rock.

Papelpop: O que vocês esperam para a vinda ao Brasil? Vocês já vieram para o país, mas tem algo que vocês não fizeram e gostariam de fazer dessa vez?

Jahan: Nós tivemos uma experiência que mudou a nossa vida no Brasil! Os fãs são inacreditáveis, muito apaixonados e nós notamos isso e a multidão… foi maravilhoso! Nós viajamos em tour por todo o mundo e isso talvez nos trouxe um público tão liberal, que não se importa com o que as outras pessoas pensam, eles simplesmente são uma loucura, nós sempre falamos sobre o Brasil, não importa onde estamos. Da última vez que estivemos no Brasil, tivemos apenas a metade de um dia livre. Então desta vez que teremos um dia inteiro de folga, nós adoraríamos explorar e comer a comida local, inclusive se você tiver alguma dica… (risos)

A entrevista termina com a gente dizendo que seria um prazer, que é para elas nos procurarem pelo festival, que nós duas também temos cabelos castanhos e estaremos usando uma camiseta da Krewella e estaremos dançando sem parar durante todo o set delas. Vai ser bem fácil pra elas saberem, né?

[Texto: Larissa Zapata e Victória Silva]

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