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[Entrevista] Tokio Hotel fala sobre vinda ao Brasil, novidades no show e até sobre drag queens
Há alguns dias a gente bateu um papo bem legal com os meninos do Tokio Hotel, que estão prestes a voltar para o Brasil para uma apresentação única em São Paulo no dia 28 de agosto.
A banda vem para o nosso país com a turnê de divulgação do mais recente álbum, “Kings of Suburbia”, lançado no ano passado.
Na nossa conversa por telefone, o vocalista Bill Kaulitz tomou a liderança e respondeu todas as perguntas, com o seu irmão e guitarrista Tom Kaulitz e o baixista Georg Listing fazendo alguns comentário. Já o baterista Gustav Schäfer teve problema de conexão logo no início e não conseguiu falar com a gente.
Mas o Bill é um fofo e super animado. A gente falou sobre a vinda ao Brasil, as novidades da turnê, o figurino dele nos shows e também sobre as drag queens do sensacional vídeo “Girl Got a Gun”.
Papelpop: Eu sei que ainda está cedo, mas eu já quero dar as boas-vindas a vocês! Animados por voltar ao Brasil?
Bill: Nós estamos animados, nós não vamos aí há um bom tempo. Queremos levar esse show para os nossos fãs e dividir nossas músicas, vai ser demais!
Já fazem cinco anos que vocês estiveram aqui. Vocês estão com saudades? Tem algum lugar que vocês queiram visitar por aqui?
Bill: Sentimos falta sim. A gente adoraria poder ver mais, mas a verdade é que quando você está em turnê não dá pra ver muita coisa, a agenda é tão apertada que você já tem que ir para outro país logo depois do show. Então nunca dá tempo o suficiente.
A turnê recomeçou agora, vocês vão manter aqui no Brasil a mesma setlist e a mesma estrutura dos shows na Europa?
Bill: Sim, é praticamente o mesmo show que a gente está apresentando há algum tempo na Europa, as apresentações tem sido incríveis. É meio que o mesmo set, mas a gente deve mudar um pouquinho a cada parada.
Bill, você vai ter alguns looks novos no show?
Bill: Eu vou! Tipo, eu sempre tô mudando um pouco, eu acho que troco de roupa umas cinco vezes (no show). Mas eu sempre tô mudando, mesmo no meio da turnê eu gosto de dar uma renovada.
E o que mais a gente pode esperar das apresentações por aqui?
Bill: Em geral é bem eletrônico. Foi um grande desafio trazer esse álbum para o palco, ao vivo, afinal a gente só tem três instrumentos. Todo mundo está tentando coisas novas, tocando novos instrumentos, saindo da zona de conforto. Eu acho que é um show muito especial e muito diferente do que outras bandas já fizeram antes. É bem único e visualmente nós também estamos testando coisas novas, tem uma grande produção visual.
Georg: É algo que você não viu antes. Mas eu acho que vai ser uma grande festa!
Eu estava vendo uns episódios da Tokio Hotel TV e eu notei como alguns de vocês são tímidos! Quem é o mais tímido?
Bill: (Risos) Acho que depende um pouco da situação, mas Gustav é o mais calado. Porém realmente depende da situação.
Georg: Na verdade todos nós somos meio tímidos, mas assim que estamos juntos, a gente faz o que bem quiser. Nossa dinâmica como um grupo é insana.
Eu sei que vocês são melhores amigos uns do outro. E assim como em toda amizade, vocês tem umas briguinhas ou desentendimentos?
Bill: Às vezes sim, não é muito constante, mas sim. Eu acho que a gente se conhece tão bem que nem precisa brigar. A gente discute às vezes e é louco isso.
Passando tanto tempo juntos, vocês acham que ainda têm coisas pra descobrir um do outro? Dá pra existir segredos entre vocês?
Georg: Eu tenho certeza que todo mundo tem alguns segredos. Mas eu acho que entre Bill e eu não há nenhum segredo, não tem nada que eu não contaria a ele ou vice-versa. Numa banda eu acho que existem segredos sim, mas só porque eles são meio vergonhosos ou sujos e a gente não quer que os outros saibam (risos).
Vou deixar por aí… O álbum “Kings of Suburbia” tem muitas influências além do rock. Tem muito pop, eletrônico… Quais foram as principais influências?
Bill: O álbum foi inspirado pela vida, em geral. Nós meio que pegamos inspirações de todos os lugares. O melhor para a gente foi pode voar da Suécia para Los Angeles e ter uma vida privada, conhecer gente nova, sair e fazer coisas normais. A gente tem festejado bastante então é definitivamente inspirado pela vida noturna, com muita coisa eletrônica.
Vocês todos têm o mesmo gosto músical?
Bill: Eu acho que entre o Tom e eu sim. No geral a gente gosta de músicas boas, nós não ficamos presos a um gênero, a gente apenas curte a música, seja qual for o estilo. A gente gosta de boas músicas de hip-hop, rap, músicas clássicas, rock… Mas eu tenho que dizer que eu gosto mais de música pop.
Ah, e você tem alguma diva pop favorita?
Bill: Ah, eu adoro a Florence, do Florence and the Machine, não é muito pop, mas eu tenho que dizer, eu vi o show dela no Coachella e ela é maravilhosa. Mas no pop tradicional, eu vou dizer Britney. Ela é ótima, eu vi o show dela em Las Vegas, ela é uma das maiores popstars do mundo. Eu também gosto de Madonna, o novo álbum dela está ótimo.
Por falar em pop, a Kelly Clarkson lançou uma versão da música de vocês, “Run Run Run”. Vocês ouviram? O que acharam?
Bill: A gente ouviu bem antes de ser divulgada. A gente acha que é bem diferente da nossa versão e do que a gente fez. A nossa é bem leve, pura e natural, a dela é bem mais produzida. Mas é só uma abordagem diferente, a gente achou que ficou ótima a dela, a gente gostou quando ouviu. Eu gosto como ela e o John Legend cantam quando estão juntos.
Bill, no começo da carreira, você foi um pouco julgado por ter um estilo meio andrógino. Mas hoje em dia a gente vê cada vez mais garotos sentindo a liberdade de se vestir com roupas mais femininas ou agir da maneira que quer. O que você acha disso?
Bill: Eu acho que é ótimo que esteja assim, porque de onde eu venho não era nada comum e eu lembro de ir à escola com as unhas e os cabelos pintados e eu tive muitos problemas com isso. Mas eu sempre tive confiança, eu sempre gostei de moda e nunca liguei para o que as pessoas diziam. Mas foi difícil. Quando eu vejo agora que tem cada vez mais pessoas fazendo o que querem, se vestindo do jeito que gostam… Eu adoro isso. As pessoas têm que abrir mais a cabeça. Eu odeio quando as pessoas rotulam umas às outras, eu odeio esse tipo de merda. Com moda, música, arte, é tudo sobre ser livre e fazer o que é certo para você.
Eu adorei que vocês recentemente fizeram o clipe para “Girl Got a Gun” com drag queens. Como surgiu a ideia?
Bill: O conceito é que eu pensei que seria engraçado brincar com o trocadilho do título, porque pode ter dois sentidos se você pensar direito. Então a gente pensou que seria divertido brincar com esse trocadilho. O clipe foi uma grande colaboração de maquiadores, cabeleireiros e as drag queens. Eu vi vídeos delas antes quando estávamos escolhendo o elenco e eu pensei: “é exatamente o que eu quero”. A gente queria fazer algo diferente e eu não queria ter apenas mulheres lindas mas entediantes, então por que não colocar lindas, divertidas e diferentes personagens, sabe? E a gente também tem aquele animal azul, que é enorme e nojento. Foi divertido.
Vocês costumam ver séries de TV no seu tempo livre? Aliás, vocês têm algum tempo livre?
Bill: Ai, a gente ama séries de TV! Sempre que a gente tem um tempo, especialmente à noite quando estamos em turnê, a gente tira um tempo para ver séries. Minha favorita é, eu morro por ela!, “House of Cards”. Eu tenho que lembrar de respirar quando estou assistindo. Me deixa tão louco.
Tom: É difícil dizer minha favorita… Eu realmente amo “Game of Thrones”. Mas eu gosto de tudo, “House of Cards”, “True Detective”, “Sons of Anarchy”… Eu sou um viciado em séries.
Voltando ao assunto música, vocês não tiveram nenhuma parceria com outros artistas no álbum “Kings of Suburbia”. Vocês planejam alguma colaboração no futuro?
Bill: Eu não sei, porque eu acho que trabalhar com outras pessoas é um pouco difícil às vezes. Eu costumava adorar algumas bandas e, honestamente, assim que eu os conheci, percebi que eram babacas e ficavam estragando a minha imaginação. E às vezes isso pode ser assustador, sabe? De repente conhecer meus heróis e descobrir que eles são horríveis e estragar a imagem deles para mim. Mas eu adoraria trabalhar com Madeon, entretanto, ele é um DJ francês. Eu adoraria ir para um estúdio e compor alguma coisa com ele.
Tem algum artista novo que está deixando vocês viciados?
Bill: Ele não é tão novo, mas eu tô amando as novas músicas do The Weeknd, acho que são ótimas, e o próprio Madeon, ele acabou de lançar o primeiro álbum e eu acho que ele é um gênio.
Vocês estão planejando lançar mais algum single do “Kings of Suburbia” ou já estão começando a pensar no próximo álbum?
Bill: Não sei, a gente está pensado. Nós estivemos no estúdio e temos algumas músicas novas. A gente tá sempre fazendo música, é algo que sempre acontece. Honestamente eu não sei o que a gente vai fazer agora, estamos tão focados nos shows e em estar na estrada que mal temos tempo para planejar isso agora.
(Alguém me avisa que é a última pergunta) Bom, então vou deixar vocês mandarem um recado para seus fãs no Brasil.
Bill: A gente quer agradecer por vocês nos apoiarem tanto, nós somos muito agradecidos por isso. A gente mal pode esperar para voltar e tocar para todo mundo, a gente quer ver todo mundo lá. Muito obrigado!
Lembrando: o Tokio Hotel toca em São Paulo no dia 28 de agosto no Citibank Hall. Para mais informações e ingressos, basta clicar aqui.