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cinema

“Divertida Mente” é a animação mais incrível da Pixar desde “Toy Story”

Eu sei, parece muito apressado ou empolgado falar que essa nova animação é tão incrível quanto “Toy Story” e até melhor que outros filmes criados pela Pixar há mais de 20 anos.

Mas você precisa ver “Divertida Mente”, que estreia hoje nos cinemas, para entender e, talvez, concordar com a gente.

Quando assisti, saí da sala de cinema refletindo sobre as emoções que temos, os nossos sentimentos e a vida. É isso que faz o filme ficar tão especial. São coisas que somente as animações da Pixar fazem por você…

Esta animação, por exemplo, é dirigida por Peter Docter, o cara escreveu “Toy Story” e dirigiu “Monstros S/A”, “Wall-E” e “Up! Altas Aventuras”. Sente o drama?

“Divertida Mente” parte de uma história bem simples…

Acompanhamos Riley, uma garota de 11 anos, numa fase difícil de sua vida. Ela é uma pré-adolescente e isso já não é fácil, então seus pais decidem se mudar para a cidade grande e tudo vira um caos. Mas essa bagunça é ainda maior na cabeça da personagem, onde Alegria, Tristeza, Nojo, Medo e Raiva controlam todo o comportamento e organizam a mente da menina.

Você nunca pensou que sua cabeça seria assim…

Peter Docter criou um universo lindo para as nossas mentes. As emoções moram numa grande torre bem no centro do cérebro. Ela tem ligações com áreas externas chamadas “Ilhas de Personalidade”, criadas em momentos especiais do crescimento de Riley.

Então temos a gigantesca biblioteca de memórias (são pequenos globos), a parte da diversão, da imaginação, os estúdios de produção de sonhos e até o grande abismo das memórias esquecidas. Até porque algumas coisas vão pro lixo mesmo, né?

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Todas as emoções assumem as ações de Riley, cada personagem carrega seu impacto no que a personagem faz. Então se o clima está divertido, é hora da Alegria assumir. Alguém ofereceu vegetais? Eca, é a vez da Nojo. E quando é para brigar, o Raiva chega quebrando tudo.

Os personagens nos faz lembrar como o jeito da Pixar fazer animação é tão especial. Nojo é uma patricinha fresca, Medo é um magrelo que para se proteger do assustador se contorce inteiro.

Raiva vira um vulcão e explode quando chega em seu limite. Alegria é positiva e vê coisa boa até nas crises e Tristeza é o completo oposto disso. A convivência deles é de tirar risos e gerar situações que faz pensar “caramba, é assim mesmo que funciona comigo”.

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Cada término desse controle cria um globo de memória, que pode ser armazenado para depois ser projetado. E, adivinha! Quando acontece, Riley lembra das coisas! Genial!

A crise humana nunca fez tanto sentido

Até aí, tudo parece ser bonito. Mas então Riley entra em crise e isso faz as emoções saírem do controle. A Tristeza tem a tendência de querer assumir Riley e deixá-la depressiva.

Quando Alegria tenta intervir num momento crítico, a central sofre um acidente e as duas são lançadas pra fora. Com isso, Riley não sente mais felicidade nem tristeza. Isso inicia uma série de metáforas sobre o comportamento humano que vai deixar você louco na sala de cinema…

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Riley perde a vontade de ir à escola, briga com os pais, fica sozinha… O que Raiva, Nojo e Medo conseguem fazer? Nada. Enquanto isso, as personalidades da personagem entram em ruínas e Alegria tenta acertar as diferenças com Tristeza enquanto tentam voltar pra casa.

Essa grande jornada nos leva a ver como sonhos são feitos, o destino que teve o nosso amigo imaginário… Novamente, o universo criado por Docter abusa da genialidade e é lindo demais de se ver, rico em todos os detalhes.

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Mas por que é tão bom mesmo?

Se a gente contar mais, estraga. Então saiba que rimos muito, choramos horrores, comemoramos e ficamos aflitos na sala de cinema. Quando terminou, nós não paramos de pensar como nossas emoções estavam agindo em certos momentos e como poderia ser a cabeça de outras pessoas.

É isso que faz “Divertida Mente” ser um divisor de águas para a Pixar. Vinte anos atrás, Pixar lançou “Toy Story” e fez a gente refletir sobre infância e inocência.

Agora, ela tenta mostrar, da forma mais divertida possível, como nós pensamos e agimos.

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“Divertida Mente” vai encantar crianças pelo tema divertido e personagens cativantes, mas vai emocionar adultos pela inteligência, leveza e complexidade existencial.

Vale a pena! E muito!

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