Voltar para o topo

Agora você pode adicionar o PapelPop a sua tela inicial Adicione aqui

cinema

Em Los Angeles, Megan Fox fala de “As Tartarugas Ninja” com o Papelpop

“De quem é isso? Por que isso tá aqui?”, pergunta Megan Fox, com as mãos na cintura, logo ao entrar na sala. A gente dá risada, meio sem graça, mas ela continua séria, como se fosse mãe brigando com os filhos (no caso, cinco jornalistas de vários cantos do mundo).

O encontro com a atriz acontece num hotel luxuoso em Los Angeles. Estamos numa das suítes, sentados em volta de uma mesa, esperando pela grande estrela de “As Tartarugas Ninja”. Não podemos tirar foto, nem filmar. Uma pena. O dedo coça. Ela é des-lum-bran-te de tão linda e parece desperdício não registrar.

A atriz não gosta de ver três xícaras de café sujas onde ela iria sentar e continua nos dando esporro (na brincadeira, obviamente): “Quem deixou aqui? Isso deve ser coisa do Jonathan!”.

Era mesmo bagunça de Jonathan Liebesman, o diretor do novo “As Tartarugas Ninja”, que tem produção executiva de Michael Bay. Jonathan e os dois produtores do filme, Andrew Form e Brad Fuller, conversaram com a gente antes de Megan chegar, pediram café e, obviamente, falaram sobre a musa que interpreta a repórter April O’Neil no filme.

“A gente não tinha uma personagem até Megan chegar. Ela é incrivelmente inteligente, sabe exatamente o que quer e é focada em descobrir a verdade”, conta o diretor.

megan-fox-april-oneil

Como foi interpretar a April? Você ficou feliz por não ter que usar aquele cabelo ruivo meio capacete? (pergunta o Papelpop para Megan) 
Megan Fox: (risos) A gente sabia que aquele corte não ia rolar, mas eu tive que tingir meu cabelo de váááários tons de vermelho diferentes até encontrar o certo. Uma hora era um vermelho mais elétrico e aí eles achavam que ficou chamativo demais. Depois era algo meio hipster, um vermelho meio roxo… Não foi aprovado também. Então no final ficou só umas luzes vermelhas discretas para ficar mais claro.

Mas chegaram a pintar de verdade todas essas vezes?
Sim. No final sobraram só uns quatro fios de cabelo e eu usei apliques (brinca Megan, dando risada).

O que você lembra das tartarugas ninja quando era criança?
Nossa, elas pareciam algo infinito. Era épico. Eu adoro porque é tão pastelão e bobo e divertido. Nada é levado muito a sério e isso é algo especial. Fico feliz que a gente não perdeu isso no filme porque essa é a essência das tartarugas. Além disso tive a chance de ficar ao lado do Michelangelo, que sempre foi minha tartaruga favorita (risos).

Você chegou a se vestir de tartaruga em algum Halloween?
Não. Quando eu era pequena eu não ganhava fantasia muito cara porque a gente não tinha dinheiro. Então minha mãe comprava maiô pink e bola de algodão e eu era uma coelhinha improvisada. Nunca fui uma tartaruga, mas agora me dá vontade de fazer isso. Aliás, eu pensei em me vestir de April e ficar andando pela Comic-Con sem ninguém me reconhecer.

“Michael Bay aprovou até a cor do meu cabelo”

megan-fox-michael-bay

Como foi trabalhar com Michael Bay?
Eu tive uma ótima experiência com ele desta vez. Eu me encontrei com ele antes e depois nas gravações e também durante as aprovações das cores do meu cabelo. Nós até nos unimos para dar trabalho para o Jonathan (diretor). Então nós ficamos bem amigos. Ele foi o principal responsável por eu estar nesse filme. Acho até que foi ideia dele me chamar. Eu gosto do Michael.

Ele teve que aprovar a cor do seu cabelo?
Ele aprova tudo. Até a cor do cabelo. Ele é o produtor-executivo. Tudo passa pelos olhos dele antes. Ele aprovou até o tamanho certo de cada tartaruga de acordo com as lentes das câmeras. Então se eu não estivesse olhando para a altura certa ao falar com elas, ele sabia. Ele é visionário nesse sentido. Ninguém decide nada sem ele.

Você filmou durante sua segunda gravidez! Deu para fazer as cenas de ação numa boa?
Eu consegui fazer a maioria delas, mas existia dublê para as mais perigosas. Era difícil porque eu ficava exausta fácil. Quando você está grávida, principalmente no primeiro trimestre, você fica com zero de energia. Bebês são pequenos vampiros que sugam tudo que é seu. Eles precisam ficar fortes, então pegam as vitaminas e os nutrientes e você se sente horrível. E eu queria ficar bonita na câmera. Então esse era o meu grande desafio.

Confira o Papelpop no tapete vermelho de “As Tartarugas Ninja”

“Quase tive um blackout, mas segui em frente porque EU SOU UMA SOLDADA!”

megan-fox-tartarugas-ninja2

Qual foi o momento mais difícil na gravação?
Pra mim o mais difícil foi ter que aguentar o calor. Nós gravamos num calor de Nova York que nunca existiu em vinte anos. Era um verão muito quente. Eu ficava de jaqueta de couro, botas de couro… Então tinha medo de desmaiar do nada. Então entre as cenas as pessoas tiravam a minha roupa e colocavam sacos de gelo no meu corpo, nem que fosse por 10, 20 segundos. Aí a gravação continuava, eu me vestia correndo, dizia “RAFAEL! NÃO!”, e aí gritavam ‘corta’ e nós colocávamos o gelo de volta.

Então você não chegou a desmaiar…
Desmaiar não. Quase tive um blackout, mas segui em frente porque EU SOU UMA SOLDADA! (todos riem). E isso foi uma piada, gente! Não estou me comparando com soldados, tá? Pelo amor de deus! Não vá inventar manchetes tendenciosas.

São dois filhos homens, o marido e agora as tartarugas… Como é estar sempre rodeada de homens?
Eu prefiro estar com os caras, mas eu tenho uma grande amiga. Sabe como é… Essa cidade (Los Angeles) não é o tipo de cidade para se fazer amigas, infelizmente. É tudo tão competitivo e atrizes podem ser assustadoras de vez em quando. Elas não são burras e conseguem ser bem maquiavélicas. Então você tem que ficar atenta. Mas eu adoro estar rodeada de homens. Eu gosto de ser o centro da atenção na minha família porque assim eu sou a matriarca, a abelha-rainha (queen bee)! Tenho esses homens que vão crescer e tomar conta de mim.

“A internet irá determinar o futuro dos filmes”

megan-fox-elenco-tartarugas-ninja

Da esquerda para a direita: Jeremy Howard (Donatello), Danny Woodburn (Mestre Splinter), Alan Ritchson (Rafael), Megan Fox (April O’Neil), Will Arnet (Vern), Noel Fisher (Michelangelo) e Pete Ploszek (Leonardo).

Ficou mais fácil para atrizes mulheres em Hollywood? Ou ainda é muito macho-normativo?
Está mudando. Nós estamos vendo mais mulheres produzindo filmes agora, mas a maioria de Hollywood ainda é controlada por homens. Mas eles estão indo embora porque estão velhos e agora vem uma geração mais nova que não foi criada como eles, que são mais atentos ao feminismo e mais mente aberta. Hollywood começou a sacar que é necessário escrever papéis melhores para mulheres, reconhecendo que mulheres conseguem levar um filme nas costas. “Lucy” é uma grande prova disso, que fez muito sucesso. As pessoas querem ver mulheres verdadeiramente poderosas no cinema porque isso é um reflexo do que está acontecendo na sociedade agora. E também tem a voz do coletivo que vem do Twitter, do Facebook e do Instagram e das redes sociais em geral. Esse público tem muita influência. Nem sei se eles têm a noção disso, mas são poderosos e são eles hoje que ditam as coisas.

Você acha que a voz da Internet pode mudar algo?
Claro! Os produtores hoje ficam ligados em hashtags e feeds, em comentários de sites e tudo mais quando um trailer ou um filme é lançado… Tudo isso é levado em conta pelos grandes conglomerados. A internet irá determinar o futuro dos filmes, na minha opinião.

* O produtor chega na sala, diz que nosso papo chegou ao fim e leva Megan Fox embora. Nós não podemos tirar foto, lembra? Mas eu estava saindo atrás da atriz e registrei essa imagem tosca só para vocês terem uma noção do lugar, dela e do clima.

Espia o pôster no corredor do hotel, onde fazíamos as entrevistas:

E uma volta pelo bairro, que nós fizemos depois de trabalhar:

E os estúdios da Paramount Pictures, em Los Angeles, onde vimos o filme:

E no dia seguinte encontramos Megan Fox no tapete vermelho:

Nós também falamos com ela nesse dia, em vídeo, durante a premiere de “As Tartarugas Ninja”. Esse vídeo sai amanhã aqui no Papelpop.

E ainda tem a entrevista com as tartarugas… Principalmente com o Noel Fisher, que foi o mais simpático de todos:

Fiquem ligados por aqui!

* Papelpop viajou para cobrir “As Tartarugas Ninja” a convite da Paramount Pictures.

voltando pra home