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Viemos ao México ver “Divergente”; Shailene Woodley e Theo James valem o ingresso!

A gente não dormiu vendo “Divergente”, tá? E olha que havia uma grande chance disso acontecer. Saímos de São Paulo na madrugada de sábado para domingo e, após nove horas de voo brigando com o sono, chegamos na Cidade do México. Mal colocamos os pés no hotel e  já estávamos indo ver o filme numa sessão especial para jornalistas.

Mas “Divergente” nos deixou bem acordados. Se o filme é bom? Sim. Em grande parte por causa da dupla de atores principais. Não tem como não se aproximar, não se encantar e não estar ao lado de Shailene Woodley (primeiro porque ela está ótima e segundo graças à câmera do diretor, colada na cara e nos olhos lindos dela).

Antes de conseguir o papel de protagonista da saga teen, a atriz apareceu em 2011 no filme “Os Descendentes”, aquele com o George Clooney no Havaí. Logo depois, fez bonito no delicioso drama adolescente “The Spectacular Now”.

Atualmente, como mega star arrasadora de “Divergente”, Shailene cativa a audiência e surpreende com uma atuação delicada, vulnerável e ao mesmo tempo intensa.

Você já deve ter ouvido aquele blá blá blá da imprensa dizendo que a atriz é a nova Jennifer Lawrence, de “Jogos Vorazes”. Nada a ver, tá? A única semelhança mesmo é que ambas são rainhas de franquia cinematográfica baseada em trilogia literária adolescente de sucesso.

“Divergente” é o nome do primeiro best-seller escrito por Veronica Roth, em 2011. Com o sucesso estrondoso da obra, a autora logo tratou de lançar duas sequências para a história. E a confiança dos produtores de Hollywood no sucesso cinematográfico dessa saga é tão grande que mais dois filmes, baseados nas duas obras seguintes, “Insurgente” e “Convergente”, já têm data marcada para começar a ser filmados.

A saga criada por Roth, assim como a de “Jogos Vorazes” e “The Maze Runner”, é ambientada num mundo futurístico distópico em que adolescentes, basicamente, se ferram lindamente (mas aprendem a importância de valores como coragem, amizade, família e força de vontade).

Nada mal. Décadas atrás, a maioria dos filmes para adolescente era só bobagem com conotação sexual ou comédia pastelão.

Na história, Shailene interpreta a personagem Beatrice “Tris” Prior, que vive numa cidade de Chicago totalmente destruída e que dividiu a população em grupos de pessoas que vivem em cinco facções diferentes.

Ela é uma garota humilde e sem vaidade que veste panos cinzas cafonas porque faz parte, junto com sua família, da facção chamada de Abnegação. Calma, gente. É um sci-fi teen. Eu explico… 

Ao fazer 16 anos, Beatrice é obrigada, assim como todos os adolescentes, a decidir em qual facção eles viverão para sempre. Eles podem ou ficar na que já estão com os pais desde que nasceram ou ir para uma outra diferente.

Existe uma cerimônia para este importante dia de escolha, mas antes todos fazem uma espécie de teste “vocacional” que indica para qual grupo eles têm mais aptidão.

Além dos humildes e altruístas da Abnegação, que governam a cidade, existem também opções como a facção da Amizade (são felizes e coloridos e simbolizam a felicidade), da Franqueza (que só usam preto e branco porque é assim que eles gostam das coisas, preto no branco), os da Erudição (inteligentes, que buscam conhecimento) e os da Audácia (que vestem preto, são descolados, têm tatuagem e são uma espécie de “forças armadas” da cidade).

Adivinha só…

A “abnegada” Beatrice faz o teste e descobre que não se encaixa em nenhuma dessas facções! Ela é destruidora! Ela possui qualidades não só para um determinado grupo, mas para a maioria das facções e isso é uma raridade. Agora ela precisa esconder esse resultado de todo mundo porque pessoas como, chamadas de “Divergentes”, são perseguidas e mortas no filme pela facção dos “eruditas”, liderados pela Kate Winslet.

Esses sábios da sociedade, do grupo da Erudição, são uma espécie de poder judiciário que, além de querer eliminar as pessoas que “não se encaixam” como Beatrice também querem tomar o poder dos “abnegados”, que governam a cidade por serem pessoas que não pensam nelas e sim nos outros.

O que você faria no lugar da Tris? Não sei a sua resposta, mas ela decide ir para os “audaciosos”. Ela quer ser aquelas pessoas de preto que possuem tatuagem e pulam do trem em movimento. A decisão de ir para a Audácia acaba chocando sua família, que nunca mais a verá por isso.

Já viu o apelo que a história tem para os chamados “young adults”, né? Conhece algum adolescente que diz fazer parte de somente um grupo porque tem somente tal personalidade? Nunca. Todos dizem ser complexos demais e por isso não se encaixam em uma só moda ou grupo ou ideologia. E, olha só, eles também precisam decidir seu futuro muito cedo ao escolher um curso numa faculdade (e essa decisão podendo agradar ou não os pais).

Mas vamos voltar para a história porque esse texto tá ficando muito grande… Dizem que na internet ninguém lê tanto assim.

Beatrice então vai para a Audácia. Ela muda o nome para Tris (mais cool, né, gente?) e a partir daí vem uma primeira parte do filme mostrando uma sequência grande do treinamento da garota, que precisa aprender a ter coragem e virar “bad girl”. Muitos tiros, porradas e bomba (é sério).

Começamos a bocejar um pouco no cinema, nós confessamos. Essa parte, mesmo sendo bem atraente, é muito longa.

Mas aí um dos líderes da facção da Audácia, chamado Quatro, começa a se interessar pela novata do grupo…

Ele é interpretado pelo ator britânico Theo James. Vocês devem conhecê-lo por causa de “Downton Abbey”. Ele foi o Pamuk, aquele cara que Lady Mary levou pra cama na primeira temporada e depois teve que carregar o defunto pra fora do quarto com a mãe.

Enfim… Podemos falar? Nasce uma estrela. Aliás, ele ao lado de Shailene são a salvação do filme. Theo faz jus ao personagem do livro ao trazer todo aquele mistério, seriedade, olhar desafiador e penetrante do Quatro.

Com Shailene, eles formam um casal encantador, cúmplice e extremamente sexy (culpa dos olhares e das tatuagens no corpo de Theo). Vale lembrar que isso é algo que “Jogos Vorazes” não teve até agora (tiveram a chance com o Finnick, mas né?…).

Falta certa personalidade e encanto para essa ação sci-fi teen, que poderia ser um filme bem comum e sem graça. Mas a química e a presença dos dois protagonistas é o que garante o ingresso.

Eu lembro de ter medo antes de ver o filme. Quando vi o pôster, com Shailene virada de costas, mostrando a bunda, como se fosse um heroína sensual estilo Mulher-Gato, pensei que ela e o longa poderiam ser algo “irado” e mega cafona. Errei. Ainda bem.

A Beatrice que ela interpreta também é fiel à do livro: uma garota cheia de coragem, mas que também é doce, frágil e humilde como a facção da Abnegação a ensinou bem.

O filme, dirigido por Neil Burger (“O Ilusionista”), entrega um belo pacote misto de ação/romance. Mas o longa peca em alguns momentos. Um exemplo é quando a história começa a correr perto do final e não dá muita atenção para as cenas de morte (deve ser para o filme não ser classificado para maiores de 13 anos).

Alguns personagens do livro foram eliminados do filme e algumas mudanças foram feitas e agora resta saber se isso deve ou não irritar fãs da saga.

Vamos falar da Kate Winslet fazendo a vilã na história? Ela está ótima, claro, mas é estranho vê-la num filme teen blockbuster como este. Óbvio que a presença dela é poderosa, ela é uma grande atriz e isso não chega a estragar o filme. Mas é meio constrangedor vê-la nesse contexto. Mas vale lembrar que não é nada ridículo como a Jodie Foster em “Elysium”. Pronto. Falei. Desculpa. Sou da facção “Franqueza”.

Existem boas cenas de ação em “Divergente”. O mundo de caos futurista construído para o cinema tem bom gosto. Vai animar quem não conhece a história e surpreender quem leu o livro e não conseguiu imaginar algo tão grandioso.

Obviamente, vale repetir, o casal salvador do filme interpretado por Shailene e Theo serve para aquela audiência que não sabe nada da história e pouco vai se importar com a briga teen sci-fi entre as facções.

Antes de terminar, já tá sabendo? O ator Miles Teller, que faz Peter, o membro da Audácia que serve basicamente para  sacanear a protagonista careta durante o filme inteiro, é também o parceiro de cena de Shailene no filme “The Spectacular Now” (foto acima, com ela no fliperama).

Ah! Tem mais! O ator Ansel Elgort, que interpreta o irmão Caleb da Tris em “Divergente”, é também o garoto que irá estrelar o filme “A Culpa é das Estrelas” ao lado dela (também na foto acima).

Com a moça Woodley é assim: tá tudo em casa! Aliás, nós vamos entrevistá-la amanhã. E o Theo James também. Fiquem ligados por aqui. “Divergente” estreia dia 17 de abril nos cinemas brasileiros.

E agora vem alguns spoilers para quem leu o livro e não vai se importar:

ps. tá confirmado! É oficial! a Amizade é mesmo a fação mais inútil!

ps2. Shailene não está muito sexy e apelativa, mesmo podendo estar. Ainda bem. Não combinaria.

ps3. vocês não têm noção do que é o Quatro de Theo James! Olhos e bocas sedutores que Veronica Roth nunca conseguiria descrever com tanta exatidão no livro.

ps4. a “erudita” Jeanine Matthews não tem tanto destaque no livro, mas no filme aparece muito porque, dããã, eles estão pagando a Kate Winslet pra isso.

ps5. tomei um susto quando vi que o ator que faz o pai da Tris. Ele também é o presidente dos EUA e pega ferozmente a Olivia Pope. Bafo!

ps6. o Eric parece ser feio e mal encarado no livro, mas no filme escolheram um cara gato com cara de macho que não dá medo não. É pra encarar, gente.

ps7. posso falar? Tenho medo do ator Ansel Elgort. Não acho ele bom. Não gostei dele em “Carrie” e não achei nada demais agora em “Divergente”. Medo do que pode acontecer em “A Culpa é das Estrelas”. Falo mesmo. Já disse que sou da Franqueza.

ps8. a mãe de Tris, interpretada por Ashley Judd, é muito arrasadora e destruidora na pele de uma ex-audaciosa.

ps9. voltando ao Theo James: no próximo filme, por favor, façam cena sem camisa melhor porque essa foi bem rapidinha e não deu pra gente se apaixonar e pedir em casamento.

ps10. tchau, gente! Depois tem mais. Ainda vamos entrevistar Theo e Shailene!

ps11. o Papelpop viajou a convite da Paris Filmes.

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