Não tem como deixar o Dia Internacional da Mulher passar em branco. Não é besteira. E não é só pra dar os parabéns para as mulheres porque não é como se fosse aniversário delas! Dããã!
Não! O dia de hoje é importante porque, ao contrário do que todo mundo pensa, as mulheres ainda precisam de igualdade e respeito. Sim, muitas já conquistaram um lugar ao sol depois de anos de luta e são respeitadas, mas ainda há muita coisa feia e injusta por aí.
Milhares de mulheres continuam sofrendo violência física, ganhando menos que os homens, sendo usadas como objetos sexuais e, aqui no Brasil, representam somente 10% do Congresso Nacional. São por estes e outros motivos que o Dia Internacional da Mulher precisa e deve ser comemorado.
No Brasil, inúmeros artistas (Chico Buarque, Maria Bethânia, Caetano Veloso…) celebram as mulheres com maestria e muito carinho, mas a gente vai dar um passeio na música pop internacional (principalmente a dos EUA porque foi lá que o movimento feminista começou a tomar força e virou palco da luta das mulheres).
Na música pop, são inúmeras as artistas que cantam e celebram a força da mulher.
Nós selecionamos oito videoclipes de cantoras para comemorar a data…
8) Alicia Keys – “I am Superwoman”
“Yes we are / Yes you are”, canta Alicia Keys na música que liberta as mulheres da falta de igualdade atualmente. Todas elas, para a cantora, são heroínas, supermulheres! “For all the mothers fighting/ For better days to come/ and all my women, all my women sitting here trying to come home before the sun/ And all my sisters/ Coming together/ Say yes I will/ Yes I can/ Cause I am a Superwoman”
7) Destiny’s Child – “Independent Women”
Você paga pelos próprios sapatos? As roupas que você veste, seu aluguel, seu relógio, seu carro, suas jóias… Tudo pago por você? Não tem homem pra te sustentar ou comprar as coisas que você quer para a vida? É sempre 50/50% no relacionamento? Então “throw your hands up in the air”…
6) “Just A Girl,” No Doubt
Nos anos 90, ninguém melhor que Gwen Stefani para representar as meninas adolescentes da época. E também para quebrar mais um tabu no mundo machista do rock. Uma mulher linda, loura e delicada também pode usar bermudão, boné, ser cheia de atitude, suar e gritar em cima de palcos de festivais de rock que eram dominados por homens.
No álbum “Tragic Kingdom”, ela canta a pop e fofa “Just a Girl” e reclama dizendo que está “por aqui” com todo mundo que não a deixa fazer nada porque ela é só uma garota.
5) Tori Amos – “Cornflake Girl”
Tori Amos aproveitou o fato de ter sido uma garota propaganda de Cornflake antes da fama para escrever um hino feminista nos anos 90. Ao ver o clipe e escutar a letra da cantora (que sofreu abuso sexual quando era mais nova) parece tudo muito bobinho e fofa, mas não é nada disso. A música foi inspirada no romance de Alice Walker, “Possuindo o Segredo”, que conta a história de uma mulher africana que é forçada pela mãe a mutilar as próprias genitálias.
Mulheres como a escritora Alice Walker são chamadas de “raisin girls” na músicaa de Tori Amos . Já as “corneflake girls” são aquelas, tipo assim, cara…, bem fúteis, burrinhas e com visão preconceituosa sobre a vida.
4) Nancy Sinatra – “These Boots Are Made for Walkin'”
Ao lado de “Respect”, da Aretha Franklin, esta foi uma das primeiras canções feministas da história. Famosa na voz de Nancy Sinatra, “These Boots Are Made for Walkin'” pega um símbolo masculino (a bota) para avisar aos homens que um dia elas andaram por cima deles. “These boots are made for walking, and that’s just what they’ll do/ One of these days these boots are gonna walk all over you”.
3) Eurythmics – “Sisters Are Doin’ It For Themselves”
É o hino feminista dos anos 80. O sexo “Inferior” era exaltado pela vocalista do Eurythmics, Annie Lennox, ao lado da rainha do soul que exigiu “Respect” anos atrás. “The “inferior sex” has got a new exterior/ We got doctors, lawyers, politicians too / Everybody take a look around/ Can you see, can you see, can you see/ There’s a woman right next to you/ Sisters are doin’ it for themselves/ Standin’ on their own two feet and ringin’ on their own bells”
2) Madonna – “What It Feels Like for a Girl”
Madonna foi considerada uma grande feminista por pensadoras como Camille Paglia, mas a obsessão maior da rainha do pop sempre foi provocar e se rebelar, o “por que eu não posso?”. Madonna sempre tentou derrubar conceitos ultrapassados e burros da sociedade e sempre fez questão de provocar ao fazer coisas que somente eram permitidas para os homens.
Podíamos mostrar o clipe de “Human Nature” em que Madonna questiona: “Não sabia que não podia falar de sexo (…)”. Podíamos mostrar a força da liberdade de expressão e poder feminino de “Express Yourself”, mas nada melhor que ouvir a letra de “What It Feels Like for a Girl” (porque o clipe mega “macho” e polêmico foi feito baseado num remix sem as letras).
Na canção, Madonna fala sobre como uma mulher se sente como ninguém antes tinha cantado numa música pop: “Hurt that’s not supposed to show/ And tears that fall when no one knows/ And when you’re trying hard to be your best/ Could you be a little less?”
1) Aretha Franklin – “Respect”
O grande hino feminio. Uma exigência da rainha do soul Aretha Franklin, por mais respeito para a mulher dentro de casa. Pode parecer a coisa mais antiga ou ultrapassada do mundo, mas é uma música que figuras públicas como Rihanna, Whitney Houston e até mesmo Amy Winehouse podiam ter ouvido e aprendido. “What you want/ Baby, I got/ What you need / You know I got it?/ All I’m askin’/ Is for a little respect when you come home”
É claaaaaro que muita coisa ficou de fora…
Que tal a Cyndi Lauper em “She Bop” ao falar pela primeira vez sobre masturbação feminia? E a força de Gloria Gaynor em “I Will Survive”? E Sarah McLachlan, Alanis Morisette, Joan Jett, India Arie, Patti Smith, Melissa Etheridge, Queen Latifah, kd lang…?
Mulheres não querem tomar lugar de ninguém ou dominar o mundo como canta Beyoncé em “Run the World (Girls)”. Elas só querem (e merecem!) ser tratadas com o mesmo respeito e ter a mesma liberdade que os homens.
Um viva para todas as mulheres brasileiras. Principalmente para as que leem o Papelpop (e aqui elas já são a maioria!).