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televisão

Minha paixão pelo mórbido, irônico e genial Alan Ball…

Quando tinha 13 anos, Alan Ball sofreu um acidente de carro no dia do aniversário da irmã dele, que fazia 22 anos na época. Era ela quem estava na direção. Ela morreu ali, na frente dele. A morte mexeu com o garoto e passou a ser uma figura presente não apenas em sua vida, mas também no jeito de encará-la e, mais tarde, um dos grandes trunfos do seu trabalho.

“A Sete Palmos (Six Feet Under)” e “True Blood” seus dois grandes sucessos na TV, são belos exemplos de seriados que abordam a morbidez e a morte como ninguém tinha feito antes.

No cinema, ele foi o roteirista que conseguiu emocionar todo mundo com uma simples cena de uma sacola de supermercado voando pelo ar em “Beleza Americana (1999)”, dirigido por Sam Mendes.

A série “A Sete Palmos” (“Six Feet Under”), aclamada pelo público e pela crítica, ajudou a transformar a HBO em sinônimo de qualidade, rendendo ao canal 44 prêmios em mais de 110 indicações – Globo de Ouro, Emmy, entre outros.

Se eu pudesse indicar uma única série para qualquer pessoa ver, seria “Six Feet Under”.

SFU fala basicamente sobre a morte e ainda assim nenhuma outra série tratou a vivência com tanta complexidade e esperteza. Seu cenário é uma funerária e suas personagens formam a adorável e perturbada família Fisher. difícil não se reconhecer em um deles – ou em todos eles – e em suas vivências.

Enquanto ninguém escapa da morte em “Six Feet Under”, a vida eterna é explorada em “True Blood” (2008), outro sucesso da HBO. Nem preciso apresentar, né? Basta dizer que é série mais gostosa da atualidade. E a palavra “gostosa” realmente define.

O elenco de “Six Feet Under” à esquerda e, à direita, Alan Ball com Soooookeh e Bill em “True Blood”…

Além de um elenco cheio de gente sexy, o que mais gosto em “True Blood” são as metáforas. Como gay assumido, Alan Ball provoca os telespectadores com discussões e alfinetadas sobre o direito de minorias (os vampiros) tudo muito bem disfarçado sob um mito milenar. A legalização do casamento gay, por exemplo, está na discussão sobre aprovar ou não o casamento entre humanos e vampiros (coisas da primeira temporada da série).

Outra coisa legal é a maneira que a série faz piada dela mesma. É a Sookie imitando Bill, ou reclamando que agora tem que enfrentar bruxas e, num dos últimos episódios, Alan Ball sacaneia Sookie e “Jersey Shore” numa cena em que Eric sem memória briga com a personagem e diz: “Eu sei que sou um vampiro, Snooki”.

Ball ainda desenvolveu um piloto de outra série que petendia ter a morte como temática, também para a HBO. Infelizmente “All Signs Of Death”, baseada no romance “The Mystic Arts of Erasing All Signs od Death”, de Charlie Huston, teve o piloto recusado pela emissora.

Bom para nós, fãs de “True Blood”, que não corremos o risco de perder a continuação da série.

* Caio Fochetto (@caiofochetto) é paulistano, editor e dono do Box de Séries e aqui no Papelpop vai escrever sobre seriados aos domingos. Espere por muitas novidades, fofocas, spoilers e comentários do que tá rolando no mundo das séries.

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